Manual para Radialistas Analfatecnicos

Pergunta 1: QUEM É UM ANALFATÉCNICO?

Pergunta 2: O QUE É O SOM

Pregunta 3: POR QUE ESCUTAMOS UNS SONS E OUTROS NÃO?

Pregunta 4: ¿QUÉ SON LOS GRAVES, MEDIOS Y AGUDOS?

Pergunta 1: QUEM É UM ANALFATÉCNICO?

A quem é dirigido o Manual. Como usá-lo?

Começava a oficina. Haviam chegado vinte correspondentes da “Red de Voceros Comunitarios del Estado Amazonas Venezolano”. Uma rede que iniciava com o apoio da emissora “Raudal Estéreo”, com sede em Puerto Ayacucho.

Era a primeira ocasião em que o grupo se reunia para receber uma capacitação. Uma das companheiras tomou a palavra para começar a explicar os diferentes gêneros jornalísticos. Não havia um minuto que estava falando quando se levantou Maria, a correspondente da população de Manapiare. Um momento, por favor -interrompeu. Vocês instalaram umas rádios em nossa comunidade para que lhes mandemos a informação. Antes de começar, eu gostaria que me explicassem como funciona isso Eu não consigo acreditar que quando falo desde minha comunidade minha voz chegue até aqui. Estamos a duas horas de avião… muito distante para que me escutem!

Se fez um silêncio. A chefa de informativos não sabia o que dizer. Todos me olharam esperando a resposta. Bem comecei duvidoso resulta que umas ondas eletromagnéticas compostas por campos que se retroalimentam… ninguém entendeu nada, nem eu mesmo! Havia estudado a teoria de rádio, mas me custava explicá-la ao demais.

Terminada a oficina, prometi começar uma campanha de alfabetização técnica em nossa emissora. Todas e todos deveríamos cursar e concluí-la. Não era possível que trabalhássemos em rádio e não conhecêssemos, pelo menos por cima, a ferramentas que usamos cotidianamente. Sabes como é por dentro de um microfone? Já viste alguma vez os componentes de um computador? Sabes o caminho que um email recorre desde que o ouvinte envia até o seu recebimento pela emissora?

Me ocorreu em Puerto Ayacucho e se repetiu em Cerro de Pasco, Perú. E em Santo Domingo, República Dominicana E também em Managua, Nicaragua. Onde quer que comece uma oficina de tecnologia radial, constatava que os radialistas sabiam manejar os equipamentos que lhes serviam para sua produção, porém não tinham ideia de como funcionavam estes e menos ainda de como solucionar as mais simples avarias que tanto se apresentam na emissora.

Anos depois, já trabalhando em Radialistas Apaixonadas e Apaixonados, iniciamos o Consultório Técnico, que se unia aos existentes de Produção, Gênero e investigação. Em seguida começaram chegar perguntas de todos os cantos da América Latina. Companheiros e companheiras radialistas que queriam conhecer os equipamentos necessários para instalar uma emissora ou como fazer para ter uma página web e sua rádio online.

O problema é que os livros técnicos que respondem a estas dúvidas são dirigidos aos técnicos. manejam uma linguagem bastante incompreensível para os mortais comuns

O desafio era traduzir estes conceitos tão especializados e fazê-los acessíveis para todas e todos. Somando as inquietações de radialistas e a experiência da UNESCO, nasceu este manual para Radialistas Analfatecnicos, dirigido a toda equipe de uma emissora, não apenas ao pessoal técnico

Este manual pretende aproximar-se deste universo quase mágico de ondas e bits no qual estamos imersos responderemos à pergunta de Maria, mas, desta vez, de uma maneira prática e compreensível. E a outras 99 perguntas que talvez estás te fazendo e que te ajudaram a entender a tecnologia da nova rádio.

COMO ESTÁ ESTRUTURADO ESTE MANUAL?

As 100 perguntas estão divididas em quatro capítulos. A ideia é que os vá lendo consecutivamente, já que conceitos do primeiro que se necessitam para compreender respostas do segundo. Ainda assim, cada pergunta guarda uma unidade temática e lê-la de forma separada

Como toda teoria técnica não cabe nem neste nem em cem livros, o Manual de papel é acompanhado de um Kit-DVD onde há vários materiais em texto, áudio, video e software que te serviram para completar, ampliar e aprofundar muitos temas. (Os materiais do Kit-DVD estão linkados nesta web na seção “MAIS PARA AMPLIAR”, ao final de cada pergunta.

Em todos os materiais obtidos da internet estão as direções web originais, mas foram incluídos no Kit-DVD para facilitar a consulta, já que alguns radialistas não dispõe ainda de conexão fixa à internet. Vai um agradecimento a todas as autoras e autores que permitiram compartilhar suas obras neste Manual. Igualmente, a quem publicou suas fotos na Rede com direitos compartilhados Nas páginas finais está a lista com seus créditos

Algumas perguntas, sobretudo as do capítulo de TICs, ficarão defasadas em pouco tempo. As tecnologias avançam tão rápido que é quase impossível manter-se atualizado. Para que o Manual não perda vigência, há uma edição on-line que será atualizada permanentemente: www.analfatecnicos.net

Ademais, na Web está disponível a versão digital do Manual que poderás descarregar livremente e compartilhar com quem queiras… Copyleft!

Também há seções para opinar sobre os capítulos, sugerir ideias, fazer perguntas e contribuir com o que te ocorreu para seguir contribuindo coletivamente à alfabetização tecnológica de radialistas.

MAIS PARA AMPLIAR

Estudio La Práctica Inspira: Raudal Estéreo y la Red de Voceros Indígenas de Amazonas.

Ler / Link alternativo

Pergunta 2: O que é o som?

Como se produz. Ondas e vibrações.Velocidade do som.

Primeiro há que engatinhar para aprender a caminhar. E nessas perguntas iniciais do Manual vamos precisamente a isso, a engatinhar pelos meandros do som. Sobretudo porque as 100 perguntas deste texto respondem, de um modo ou outro , às dúvidas mais comuns que temos sobre a rádio. E a rádio é, fundamentalmente, som. Ele será nosso incansável companheiro de aventuras, o qual gravaremos, editaremos e subiremos para a internet. Por isso, antes de trabalhar com o som, devemos conhecê-lo. Aqui o apresentamos!

O SOM

Poder falar e escutar é o que mais nos surpreende quando ainda somos bebês. Balbuciamos em nossos berços, repete que repete, enquanto rimos de nosso próprios ruídos. Já antes de nascer, o feto pode distinguir a voz de sua mãe entre a voz de várias mulheres.Não em vão o ouvido é o sentido que mais se desenvolve durante a gravidez(1). Tanto que, quando nascemos, choramos em nosso idioma. Os recém nascidos imitam em seu pranto a melodia do idioma que escutam desde o ventre materno(2). Surpreendente!

Já em nossa infância, quando passamos dos 5 anos, começamos a sentir a inquietude de entender tudo o que nos rodeia. É a etapa em que pomos em apuros nosso pai e nossa mãe com perguntas ao estilo da Mafalda:
De onde vem a crianças?
Porque soam as campainhas?

Os mais curuchupas(3) responderam de cara com o conto da cegonha, enquanto outros apelarão à sementinha que papai botou em mamãe. Para a resposta do som da campainha não parecem ser tão criativos e remetem ao dicionário.

Som: do latin sonitus. Sensação produzida no órgão do ouvido pelo movimento vibratório dos corpos, transmitido por um meio elástico, como o ar(4).

Esta definição nos deixa mais confusos que antes. Para sair do desconserto, vamos imaginar o som como se fossemos crianças de 5 anos.

Os sons são vibrações. Vibrações que geramos com nossas cordas vocais, instrumentos musicais ou que se produzem quando os objetos se movem ou chocam-se entre si, e que somos capazes de receber com nossos ouvidos e interpretar com o cérebro. Estas vibrações aproveitam o ar para viajar de nossa boca aos ouvidos de quem nos escuta. Mas, como fazem?

O nosso entorno não está vazio. No ar há milhões de partículas: o oxigênio que respiramos, o dióxido de carbono que expulsamos, e tantas outras. Todas essas partículas que flutuam no ar se movem com as vibrações que emitimos ao falar e são veículos para que as palavras viajem de um lado para o outro. Igualmente os aviões se “apoiam” no ar aproveitando as correntes, as palavras vão se apoiando nas partículas que há no ar para viajar de um lado a outro.

CORDAS VOCAIS

Os seres humanos e quase todos os mamíferos, têm na garganta cordas vocais (5). São músculos verticais que vibram ao mover-se, igual às cordas de uma guitarra. Se tocaste um instrumento de corda, verás que estas, ao serem “arranhadas”, ficam vibrando um tempo. Essas vibrações são, precisamente, as que produzem o som.

Com as cordas vocais acontece o mesmo. As vibrações que produzem são amplificadas e moduladas em nosso peito e boca. Esta vibração move as partículas que existem no ar a quais, por sua vez, fazem vibrar a outras partículas… e assim sucessivamente até que chegam ao ouvido.

O tímpano, um dos elementos do ouvido, tem a função inversa às cordas vocais. É uma membrana que se move ao ritmo das vibrações que recebe. Estes movimentos do tímpano são interpretados pelo cérebro como sons.

Cada corda vocal é distinta. Assim também é o peito e o resto do nosso corpo que atua como caixa de ressonância. Por isso, cada vibração é distinta, cada som diferente e cada pessoa tem uma voz particular

Assim falamos e escutamos. Mais a frente, veremos como este perfeito sistema de comunicação com que a naturezaq nos dotou foi copiado pelo homem para inventar o rádio.

Para entender como viaja o som, é muito comúm compara-lo com uma pedra jogada num lago. Ao cair, a pedra, na água se formam círculos concêntricos que chamamos ondas.

Também podemos compara-lo com o efeito dominó. Pomos de pé todas as pedras, uma depois da outra, e ao empurrar a primeira, está vai bater na próxima até que todas caiam.

De forma similar se comporta o som. A força da onda que geramos com qualquer vibração pressiona as particulas de ar que estão ao seu redor, a que por sua vez pressionam outras, até que chegam ao ouvido e movem o tímpano.

Os sons podem gerar tal força e mover as partículas de ar com tanta pressão que rompem até vidros. É a chamada onda expansiva que produzem as explosões. Quando estoura uma bomba, as janelas dos edifícios vizinhos ficam sem cristais. É a força do som movendo o ar que o rodeia de forma brusca e violenta. Quando um avião passa perto das moradias produz um efeito similar. Se o som ode fazer isso com um cristal, imagina como ficará o tímpano quando um ruído tão forte o alcança(6).

Se te dás conta, estamos falando de partículas que se movem pelo espaço. Por tanto, sempre tem que existir um “apoio” para que o som avance, sejam as partículas do ar o de qualquer outro meio gasoso, liquido ou solido. No vazio não se transmite o som(7).

A VELOCIDADE DO SOM

É um número que aprendemos na escola: o som viaja a 340 metros por segundo(8). Porém esta velocidade tem algumas matizes. Os 340 m/s correspondem a velocidade do som no ar quando este se encontra a uma temperatura de 20º graus Celsius. Mas, e se variamos a temperatura? Sucederá o mesmo que se trocarmos o ar por água. Qualquer variação do meio ou da temperatura provoca uma mudança na velocidade.

Por exemplo, o som vai mais rápido a medida que a temperatura aumenta(9). Igualmente, nos sólidos viaja mais veloz que nos líquidos e no líquidos mais que nos gases. Quanto mais denso é o meio, mais rápido viaja o som.

Recordas a típica cena dos filmes do velho oeste quando os ladrões botavam a orelha nos trilhos para saber se sua vítima futura se acercava? Quilometro antes da chegada do trem, os ladrões já sabiam, dando-lhes suficiente tempo para preparar o assalto.

O som das rodas do trem, batendo nos trilhos de metal, se escutava muito antes que o ruído da locomotiva que viajava pelo ar. Nos metais, por exemplo o ferro, o som avança a mais de 5 mil metro por segundo, quase 15 vezes mais rápido que através do ar.

Os seres humanos criaram aparatos que viajam mais rápido que o som, como os aviões supersônicos, capazes de romper a chamada barreira do som. E agora, velozes como esses aviões, passamos à próxima pergunta.

▪ O corpo humano emprega para escutar um esplêndido equipamento de som, o ouvido. Se queres conhece-lo detalhadamente, escuta o rádio clipe de “Radialistas Apasionadas y Apasionados”. (falta o link do audio) http://www.radialistas.net/

▪ Explicitação animada de como escutamos o som de um sino. Cortesia de http://www.howstuffworks.com/ uma página interessante com informação acerca de como funcionam o trabalho de centenas de utensílio que usamos cotidianamente.
((falta foto))

Notas

(1) http://www.serpadres.es/

(2) www.elmundo.es/elmundo/2009/11/05/cienc... (leer el texto)

(3) Termo usado no Equador para se referir às pessoas excessivamente conservadoras.

(4) Esta definição e algumas outras, são tomadas do Dicionário da Real Academia Espanhola (R.A.E.)

(5) Segundo diferentes estudos, as girafas são os únicos mamíferos que não têm cordas vocais. As aves, por sua vez, têm a siringe; com a qual são capazes de emitir sons sem necessidade de cordas vocais.

(6) Video interessantíssimo para que vejas como as ondas sonoras são capazes de mover uma taça de cristal até quebra-la. Experimento realizado por estudantes do MIT – Instituto Tecnológico de Massachusetts. http://techtv.mit.edu/

www.youtube.com/watch?feature=player_em...

(7) Isto não significa que outras ondas não possam fazê-lo. Como veremos ao estudar o espectro eletromagnético, a luz viaja no vazio.

(8) Ainda que realmente seja um pouquinho mais, entre 343 e 344 m/s. Corresponde a uns 1234Km/h.

(9) Viaja 0,6 m/s mais rápido por cada grau Celsius de aumento.

Pregunta 3: POR QUE ESCUTAMOS UNS SONS E OUTROS NÃO?

Tipos de onda. A frequência e os hertz.

Se tivessemos os olhos do super-homem e pudéssemos ver todas as ondas que há ao redor, enlouqueceríamos. Ainda pior se, ao invés dos olhos, nossos ouvidos fossem de ficção científica. Não aguentaríamos nem um segundo. Imaginas escutar todas as vibrações que nos rodeiam? Há milhões a nossa volta. Imagens e sons de TV, música e programas de rádio, conversas de celular, sinais de radar, chamadas por rádio entre caminhões de bombeiros e carros de polícia…

Por sorte, nosso ouvido sabe tomar o que lhe convém e selecionar apenas um tipo de som. Por que acontece isso? Por que há dois tipos de ondas, umas são audíveis e outras não. E inclusive dentro das audíveis, ouviremos apenas as que têm uma determinada frequência
A frequência é uma das características principais que nos serve para classificar as ondas. A outra é a amplitude. Porém antes de entrar com essas magnitudes, devemos conhecer os tipos de ondas que existem.

TIPOS DE ONDAS

1. Ondas Sonoras

São ondas mecânicas que se originam pela vibração de algum elemento. Por exemplo, as cordas vocais, a membrana de um tambor ou o golpe de um martelo sobre um metal. Quando os seres humanos falamos, produzimos este tipo de ondas que chamamos sons.

Como explicamos, as ondas sonoras não viajam no vácuo, sempre necessitam de um meio de propagação, seja liquido, sólido ou gasoso como o ar. Não podem cobrir largas distancias, apenas poucos metros. Também são conhecidas como audiofrequências. Bem, dentro das ondas sonoras, não somos capazes de escutar todas. É onde entra em jogo a frequência que logo veremos

2. Ondas Eletromagnéticas

são ondas formadas de eletricidade e magnetismo. Isto as permite viajar pelo vácuo sem necessidade de um meio para propagar-se(1). São conhecidas também como radiofrequências. Algumas se originam de forma natural, como a luz solar e suas cores. Outras são geradas por aparelhos inventados pelo ser humano, como os transmissores de rádio e TV.

Igualmente, usamos a frequência para classifica-las. O conjunto de ondas eletromagnéticas, agrupadas por suas frequências, é o que chamamos espectro eletromagnético e falaremos amplamente dele na pergunta número 13. Um pequeno segmento deste espectro, o que corresponde aos aparelhos de rádio e TV e em geral às radiocomunicações, forma o espectro radioelétrico.

QUE ESCUTAMOS?

Nosso ouvido e o dos animais estão preparados para escutar exclusivamente as ondas sonoras, não as eletromagnéticas. Para estas, inventamos “ouvidos eletrônicos” que são os receptores de rádio, a televisão, os celulares… todos com suas respectivas antenas. Estes equipamentos também sabem distinguir entre as diferentes ondas. Um receptor de rádio recebe todo tipo de ondas eletromagnéticas, mas apenas “escuta” e transforma em som as de uma determinadas frequência.

FREQUÊNCIA

É uma palavra que usamos cotidianamente. Indica o número de vezes que fazemos algo. Por exemplo, com que frequência vais ao cinema? E respondemos: uma vez por semana. Com as ondas acontece igual. O número de vezes que se repete uma onda em um determinado tempo é frequência.

Esta é a representação gráfica de um ciclo de onda como os que produzimos ao falar Um ciclo arranca desde o ponto médio (zero), sobe até o ponto máximo (chamado positivo ou pico), e baixa até um ponto mínimo (chamado negativo ou vale). O número de ciclos completos por segundo que tem uma onda é o que se conhece como frequência. Por exemplo, 10 ciclos em um segundo são 10 Hertz(Hz)

Mil ciclos em um segundo é uma frequência de mil Hertz ou, usando os múltiplos, será um quilohertz (Khz). Noventa e dois milhões e meio de ciclos por segundo serão 92,5 megahertz (Mhz), a frequência de muitas rádios em FM

Mil ciclos en un segundo es una frecuencia de mil hercios o, usando los múltiplos, será un kilohercio (Khz). Noventa y dos millones y medio de ciclos por segundo serán 92.5 megahercios (Mhz), la frecuencia de muchas radios en FM.

1.000 Hz = 1 Kilohertz (Khz)
1.000.000 Hz = 1.000 Khz = 1 Megahertz (Mhz)
92.500.000 Hz = 92.5 Mhz

Maior o número de ciclos, maiores frequências. Como podemos ver na imagem, as ondas de cor verde têm menos frequência que as outras, só se repetem 1.200 vezes em um segundo, enquanto que as ondas de cor vermelha tÊm uma frequência muito superior. São 1.800 Hertz ou, o que é o mesmo, se repetem 1.800 ciclos em um segundo. A frequência é uma magnitude que serve tanto para medir as ondas eletromagnéticas como as ondas sonoras que escutamos. Como veremos na seguinte pergunta, o ouvido percebe de diferente forma as ondas sonoras de uma frequência e de outra.

Notas

(1) Alguns seguem falando do “éter” como o meio sobre o qual se transportava a luz no espaço, mas este termo, mais filosófico que físico foi desmistificado faz muitos anos com a Teoria da Relatividade de Albert Einstein (1879-1955). Não me refiro ao éter como elemento químico, este sim existe.

Pregunta 4: ¿QUÉ SON LOS GRAVES, MEDIOS Y AGUDOS?

El rango audible y nuestro oído.

En nuestros años escolares, descubríamos lo maravilloso que es el cuerpo humano. El oído, nuestro aparato receptor de ondas sonoras, es uno de los que despertaba mayor admiración.Gracias a él escuchamos y tenemos equilibrio. La falta de oído no sólo nos dejaría sordos, sino que nos pondría en serias dificultades para mantenernos en pie.

Oido
El oído es uno de los órganos más sensibles y fascinantes del cuerpo humano. Por eso, debemos cuidarlo con mucho cariño, sobre todo si trabajas con audio. El oído contiene pequeños huesitos que se combinan con miles de células nerviosas para transformar las vibraciones en sonidos. Imagen de Chittka L, Brockmann. Adaptado al castellano por Analfatécnicos.

Tabla Frecuencias

Nuestro oído es limitado y sólo percibe unas determinadas ondas sonoras, las que tienen frecuencias de 20 a 20.000 hercios. (1) Este rango se conoce como el espectro audible. Como en tantas otras cosas, los animales nos llevan la delantera y pueden escuchar por encima (ultrasonidos) o por debajo (infrasonidos) de este rango. Es lo que sucede cuando usamos un silbato para perros. Al silbar, emitimos un ultrasonido por encima de los 20 kilohercios, audible para ellos, pero no para los humanos. ¡Aunque para oído agudo, el de los murciélagos!

Tabla comparativa de las frecuencias que escuchan los animales y el ser humano. commons.wikimedia.org/wiki/User:Ecelan y Analfatecnicos

Dependiendo de la frecuencia, clasificamos los sonidos que podemos escuchar de la siguiente manera. (2)

- 20 Hz

No escuchamos las frecuencias por debajo de 20 Hz. Son los infrasonidos. Aunque sí los sentimos, por ejemplo, las vibraciones que hacen temblar los cristales al pasar cerca un gran camión.

20 Hz a 250 Hz.

Frecuencias graves. Las que emite un tambor o un bajo eléctrico.

250 a 2.000 Hz

Frecuencias medias. La mayor parte de instrumentos musicales se desenvuelven en ellas, al igual que casi todas las voces humanas, aunque los varones tienden a las graves y las mujeres a las agudas.

2.000 a 20.000 HZ

Frecuencias agudas. Los platillos de la batería están dentro de este rango. Son esos tonos de algunas cantantes de opera que quiebran una copa de cristal.

+ 20.000 HZ

Los ultrasonidos. Los humanos no los podemos escuchar, pero muchos animales sí.

Esta clasificación sirve para los sonidos que escuchamos y para los que emitimos con nuestras cuerdas vocales, que también van desde los 20 a los 20.000 hercios. Este rango audible y “hablable” son máximos y mínimos teóricos. No es cierto que el oído pueda captar tantas frecuencias. Además, con la edad y el maltrato, sobre todo al escuchar música con audífonos a un volumen demasiado alto, el oído pierde sensibilidad, especialmente en las frecuencias altas o agudas.

REPELENTES ACÚSTICOS

De adultos percibimos menos las frecuencias altas. Por lo general, a partir de los 25 o 30 años es difícil escuchar más de 17 o 18 Khz. Este fenómeno es conocido como presbiacusia. Dicho fenómeno sirvió para que Howard Stapleton, en el Reino Unido, inventara un “repelente electromagnético de adolescentes”. Algunas tiendas lo tienen instalado y emite un zumbido que sólo los más jóvenes pueden oír. Es tan insoportable que dejan de entrar al establecimiento. Se llama Mosquito y por este invento Howard recibió en el 2006 el premio Lg Nóbel, mención Paz, una parodia de los premios Nóbel reales. (Leer artículo sobre el tema)

Esta idea, también sirvió para crear ringtones o tonos telefónicos para celulares. Con estos timbres en el celular, las profesoras de la escuela no escuchan si suena el celular de algún alumno. Mientras, ellas y ellos, por tener todavía el oído sensible a frecuencias altas, pueden seguirse mensajeando sin ser oídos. Hasta tienen página web por si lo quieres descargar:
www.teenbuzz.org/es/

▪ El rango de frecuencias que cada persona puede escuchar determina su espectro auditivo, quese puede averiguar con una prueba muy sencilla llamada audiometría que muestra las máximas frecuencias agudas y las mínimas graves que nuestros oídos pueden captar. Revisa los siguientes audios para que sepas cómo suena cada frecuencia y puedas conocer tus umbrales de audición.

20 Hz 12.500 Hz
80 Hz 15.000 Hz
200 Hz 17.500 Hz
1000 Hz 20.000 Hz
5.000 Hz 22.000 Hz
10.000 Hz

Notas

(1) Los múltiplos universales también sirven para los hercios. 1.000 hercios es 1 kilohercio. Por lo tanto, 20.000 hercios, son 20 Kilohercios (Khz).

(2) Esta división la encontrarás de forma diferente en otros libros. En esta tabla hemos elegido la división por octavas del espectro audible. Las 4 primeras octavas son las frecuencias graves, desde la quinta hasta la séptima son las medias y en adelante, hasta la 11, son las agudas. Si quieres saber más sobre el tema puedes leer la Introducción a la Psicoacústica de Federico Miyara, uno de los expertos más reconocidos sobre el tema.
www.eie.fceia.unr.edu.ar/~acustica/audi... (enlace alterno)

 

Vou postando aqui esse livro
Tava na ideia de postar uma pergunta por dia (o livro é composto por 100 perguntas).
Mas mudei de ideia vou postando a medida que for traduzindo pq já fica disponível para as oficinas.

 
 

Sempre to deixando a próxima em espanhol para se alguem se aventurar a começar …
ahaha

 
 

a ideia é fazer o que com essa tradução, saci?
qual o tamanho total do livro?

 
   

Ter o material em português. O resto a primeira pergunta responde…nivelamento nessas questões básicas!

100 perguntas.