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A Vila São Pedro é também conhecida como Vila Cachorro Sentado. A iniciativa de usar o nome Vila São Pedro partiu da associação de moradores porque na imprensa e no boca a boca o nome “Cachorro Sentado” está associado exclusivamente a aspectos negativos do local e só disputa espaço em páginas policiais.
Por duas vezes em 2014, a associação dos moradores em conjunto com apoiadores de movimentos sociais conseguiram organizar duas vezes o trancamento da Avenida Ipiranga em Porto Alegre.
Isto se deu no sentido de reivindicar atenção da sociedade para um local que vive mais de 3 décadas de descaso.
A Comunidade São Pedro, ou Vila Cachorro Sentado como também é conhecida, luta por regularização fundiária, saneamento básico e fim da violência policial há muitos anos.
Com o passar do tempo a comunidade tem se desapegado de promessas de agentes políticos e partidos e promovido auto organização cada vez mais.
Há relatos confirmados de que a comunidade já tentou por conta própria refazer o sistema de esgoto pluvial e sanitário na vila com os próprios recursos e mão de obra, e esta iniciativa foi reprimida pela Brigada Militar.
Durante 2014 foram organizados dois trancamentos da Avenida Ipiranga, em novembro e em dezembro. As pautas de moradia, regularização fundiária, saneamento básico, segurança e visibilidade estavam presentes. Movimentos sociais também estavam presentes.
Nestas duas ocasiões, a Brigada Militar agiu no sentido de controlar o trânsito e acionou o corpo de bombeiros para apagar as fogueiras e limpar a avenida. Tudo transcorreu pacificamente, com presença ampla de crianças.
Um grupo de apoiadores da Associação de Moradores da Vila São Pedro organizou, juntamente com a comunidade, um protesto na Avenida Ipiranga em frente à vila. Utilizaram a rede social Facebook para criar um evento de divulgação.
Este protesto do dia 24 de fevereiro de 2015 é referente ao aumento da passagem do ônibus em Porto Alegre que no dia 22 de fevereiro de 2015 passou a valer R$ 3,25.
Moradoras(es) da vila confeccionaram faixas e organizaram um tradicional trancamento da Avenida Ipiranga, como já aconteceu duas outras vezes em 2014. Em outras ocasiões, o trancamento durou cerca de duas horas e as reivindicações eram visibilidade para uma comunidade abandonada, regularização fundiária e saneamento básico.
Todas estas manifestações foram organizadas juntamente com a comunidade e a decisão final dos três eventos de trancamento da avenida Ipiranga foram diretamente de moradores, passando por cima da vontade da organização representativa dos moradores, de forma horizontal e de baixo pra cima.
Há relatos consistentes de que durante a tarde a polícia esteve na comunidade ameaçando e intimidando moradores para não irem à manifestação que estava programada para às 19 horas.
É de conhecimento comum que neste tipo de situação a polícia militar tem o hábito de retornar à comunidade durante a madrugada para intimar, aterrorizar e ameaçar moradores. Qualquer comunidade em situação de vulnerabilidade social está habituada a esta situação.
Este fato sempre passa invisível, em todas comunidades do país em qualquer ano, e é altamente provável que tenha se repetido na madrugada deste dia.
Nunca ninguém quer falar sobre estas coisas, então está feito o registro superficial que já é um passo para o jornalismo independente.
Desta vez o trancamento durou apenas alguns minutos. Em um vídeo é possível ver o momento em que a tropa de choque da Brigada Militar atropelou quem estava bloqueando a avenida, mulheres e crianças inclusive, e forçou a entrada das pessoas que estavam no meio da rua para dentro da vila com tiros de estilhaços de plástico na altura do rosto.
Em outro vídeo ainda é possível ter uma ideia de como foi a dispersão para dentro da vila. O midiativista que fez este vídeo deu um depoimento logo ao chegar em casa com o rosto afetado por tiros de projéteis de plástico.
Confirmamos que se tratavam de estilhaços plásticos porque obtivemos resquícios do material.
Em outro vídeo ainda é possível ver também como a cavalaria usou espadas para reprender manifestantes que tentavam defender aqueles que estavam sendo presos com truculência.
Neste vídeo editado é possível ver que a provocação da Brigada Militar começou cedo, impedindo a avenida de ser trancada.
Confirmadamente, três pessoas foram presas durante esta atividade.
A primeira que foi presa foi a professora da escola que existe dentro da comunidade. Um ativista que em solidariedade se abraçou nela enquanto estava sendo presa visando a sua proteção, foi preso junto. Isto acontece porque não é prudente confiar na polícia militar prendendo pessoas de forma isolada, ainda mais mulheres.
O terceiro preso foi um educador social e colaborador da associação de moradores da comunidade, que foi preso quando foi perguntar para os policiais para onde estavam levando a primeira presa.
A Brigada Militar entrou na vila bagunçando a casa de moradores que estavam presentes na manifestação, procurando mais pessoas para prender. Nesta abordagem a Brigada Militar adotou as táticas de ameaça e terrorismo que utilizam para tratar supostos criminosos.
A casa de pessoas que moram na vila há muitos anos foi toda avariada. Os soldados também ficaram de campana neste local esperando para prender mais pessoas.
O Bloco de Luta pelo Transporte Público organizou uma marcha que começou em frente à Prefeitura de Porto Alegre.
Com a informação da repressão na Vila São Pedro, a marcha seguiu para o Palácio da Polícia com a intenção de prestar solidariedade aos que foram presos.
Após isto, a marcha foi em direção ao HPS mas dispersou na encruzilhada das avenidas João Pessoa e Venâncio Aires.
Na saída da frente do Palácio da Polícia a Brigada Militar foi escrachada e durante a marcha pela João Pessoa foi entoado o hino “liberdade aos presos políticos”.
Moradores da Vila Cruzeiro souberam em tempo hábil o que aconteceu na Vila São Pedro.
Por consequência disto, organizaram protestos em solidariedade nas proximidades da Vila Cruzeiro. Um ônibus foi atacado e moradores organizaram barricadas para oferecer resistência à intervenção da polícia de choque.
Como forma de resposta, a polícia militar enviou o batalhão de operações especiais no local.
Aparentemente moradores atearam fogo em um ônibus e construíram barricadas na região. Segundo relato da imprensa tradicional, o batalhão de operações especiais foi ao local.
Segundo outro relato da imprensa tradicional, um morador foi detido como responsável por apedrejamento de ônibus.
O Bloco de Lutas pelo Transporte Público organizou uma mobilização em frente à sede da Carris na rua Tenente Albion no dia 03 de março de 2015.
Em marcha, juntamente com rodoviários, estudantes da PUCRS/UFRGS, moradoras(es) da Vila São Pedro e ativistas organizados saíram pela Avenida Ipiranga e seguiram até a Avenida João Pessoa, parando em frente à comunidade São Pedro com um carro de som para prestar solidariedade e homenagem.
A Avenida Ipiranga permaneceu trancada no sentido bairro centro e em alguns pontos nos dois lados durante esta marcha que começou em torno das 19:15, chegou na Vila São Pedro em torno das 20:15 e terminou na Avenida João Pessoa em torno das 22:30.
Durante o trajeto, o carro de som serviu para entoar palavras de ordem acumuladas da luta do transporte público, contra a polícia militar e principalmente batalhas de rima e rap de contestação, com participação de artistas populares de periferias, inclusive da própria comunidade São Pedro.
No caminho pela Avenida Ipiranga, a Brigada Militar colocou a tropa de choque e o batalhão de operações especiais em todas as concessionárias de veículos que haviam pelo caminho. Nenhuma delas teve tentativa de depredação.
Na esquina da Ipiranga com a Avenida Silva Só havia uma tropa maior defendendo o MC Donald’s.
Na única agência bancária do caminho, a agência do Banrisul na Avenida João Pessoa, haviam cachorros de ataque e dois microônibus para detenção de manifestantes.
A única depredação que aconteceu foi uma janela quebrada no ginásio da Brigada Militar na esquina da Avenida Ipiranga com a Avenida Silva Só. Este ato foi praticado por manifestantes não identificados que foram duramente reprimidos pela auto defesa organizada do Bloco de Lutas e de organizações que o compõe. Os depredadores anônimos foram expulsos da marcha.
Estes foram os mesmos anônimos que tentaram colocar fogo em um lugar próximo do ginásio da Brigada Militar.
Momento da repressão vídeo #1 no Riseup, no Vimeo e no Facebook
Momento da repressão vídeo #2 no Riseup, no Vimeo e no Facebook
Momento da repressão vídeo #3 no Youtube
Abuso policial no Vimeo e no Facebook
Relato de manifestante no canal do Vimeo da AntropoTV
Vídeos de Carlos Latuff no Facebook: Não tá morto quem peleia!, PM gaúcha abre temporada de caça ao movimento social!
Vídeo de CorjaTV no Youtube: Bloco de Lutas em apoio a periferia
Twitcasting TV ao vivo de Mídia Capoeira: 1, 2
Álbum no Flickr da Mídia Capoeira
Publicação de Carlos Latuff no Facebook
Exposição Avenida Ipiranga 3m no Flickr de Taís Ratier: 1, 2, 3
Tweets presenciais:
Fanpage da Mídia Capoeira no Facebook, utilizada como instrumento para viralizar os primeiros vídeos.
As costas castigadas e as algemas nestes dois ativistas que foram brutalizados pela PM ontem devem servir de norte ao movimento social em Porto Alegre. A PM já sinalizou como vai tratar os protestos daqui pra frente. Diante de um inimigo que se levanta, é preciso deixar TODAS as diferenças de lado e fortalecer o Bloco de Luta pelo Transporte Publico para que as próximas manifestações tenham centenas, milhares de pessoas, e dar um recado claro à PM gaúcha: Somos a massa! A massa do pão! Que quanto mais bate, mais cresce! União, minha gente! A hora é de união! link
A PM gaúcha acaba de abrir oficialmente a temporada de caça ao movimento social! Ontem, um protesto contra o aumento das passagens, organizado diante da Vila São Pedro (conhecida como “Cachorro Sentado”), foi brutalmente reprimido pela polícia, que invadiu a comunidade, agredindo moradores e manifestantes. Veja o relato de um deles, Eduardo Solari (Utopia e Luta), que foi espancado e detido pelos policiais militares. link
Eu vi um ódio inexplicável nos olhos daqueles policiais. Tinham sede d bater. Avançaram contra crianças, mulheres com crianças no colo, idosos, empurraram com seus cavalos e escudos para dentro da vila, onde não seria vista a totalidade da brutalidade. Ali, descarregaram toda a pressão que sofrem de seus comandantes. Me doeu a pancada na cabeça, doeu mais ver os companheiros apanhando miseravelmente, doeu ver tanta criança ali,,,,,, e essas crianças sofrem isso diariamente. link
Não só assisti como participei do terror de sentir que para eles não valemos nada. Porque ali eles não precisavam se conter nem um pouco. Ali, eles são o que são. Feras soltas. Alías são como animais adestrados para não ter sentimentos. Vale realmente ter policia assim???. link
Uma violência sem limite nos fazendo recuar para dentro da vila, com cavalos, escudos e balas. A manifestação pacífica de mães com filhos no colo, idosos e crianças tocando seus tambores foi interrompida por uma polícia raivosa, enlouquecida que bateu com espadas, empurrou com cavalos e escudos, atropelando tudo o que estivesse na frente. Os transeuntes de dentro dos carros e ônibus tiveram a oportunidade de ver como age o Estado na periferia.
Não nos calarão!! linkE afinal A QUEM obedecem esses policiais? E QUEM lhes paga?
Sim, porque eles recebem um mísero salário para trabalhar. É um trabalho. Eles são pagos para fazer algo. Cumprem horários. Como todos trabalhadores eles têm que cumprir com determinadas normas e fazer determinadas coisas.
QUEM lhes paga? Nós os pagamos!! Nós os sustentamos! Mas, não para isso que temos visto, ouvido e sentido…
Não para isso! linkA 2a parte do terror. Penso nos confinamentos nazistas, fascistas, e sionistas…
A sensação de estar sendo empurrada para dentro de um campo de concentração, empurrados para um sumidouro, sair da visão do mundo, um lugar onde podem te humilhar, espancar, torturar e matar.
A diferença é que aconteceu em plena luz do dia, numa avenida repleta de carros e ônibus, em frente a um dos maiores hipermercados da cidade.
É nós, gente, expondo a chaga que nos fere há séculos – o opressor e seus lacaios. link
24.02.15 (domingo 22 de fevereiro de 2015 a passagem aumentou de 2’95 para 3’25 reais em Porto Alegre)—-COVARDIA POLICIAL E POLITICA NA VILA SAO PEDRO. No meio de uma tentativa de trancar a Avenida Ipiranga contra o aumento da passagem, desenas de pessoas foram feridas numa nova ofensiva covarde da Brigada Militar. Tres pessoas foram presas, a policia invadiu a vila, atacou a comunidade toda com bombas e com a cavalaria, entrou nas casas.. A PM defendendo mais um aumento da passagem, a policia atacando com mais truculencia os mais desfavorecidos. A Vila Sao Pedro levantou a voz para defender os seus direitos, para informar do descaso historico que sofrem por parte dos governos e da precariedade material do seu dia a dia. TODXS SOMOS A VILA SAO PEDRO. Finalmente os presos foram liberados e voltaram, machucados, as suas casas. Depois seguiu outro elemento de repressao… Seis horas atras, de madrugada, desde o centro de Porto Alegre, relatei desta forma o que chegava atraves do ar: “01:10h. e a invasao sonora das nossas casas por parte do helicoptero da policia continua. Mais um instrumento para esgotar o povo. Tudo o mundo fica puto com o barulho, associa-se aos protestos, alguns pensam que as agressoes acabam quando acabam os protestos… Em junho de 2013 horas e horas desse barulho acima do centro de Porto Alegre.. E agora a policia reedita alguns instrumentos das suas torturas democraticas. Dispositivo de repressao, forma de pensar e de agir dos policiais: quanto mais se incomoda melhor… fazer barulho, nao deixar dormir, tentar evitar as conversas tranquilas.. repressao sonora a qualquer hora.. estado de excecao.. o proprio estado violando as leis q cria, e sempre, e claro, para favorecer a democracia”. A barulho continuou ate depois das 02:00 da madrugada… Como comentou outro companheiro, eles pretendem “deixar todo mundo estressado ao ponto do povo começar a brigar entre si”. ARRIBA LOS QUE LUCHAN!!!—- link
pra galera que perguntou como eu estou, após o ato violento e insensato da policia militar, que já tinha a situação sob controle durante o ato contra o aumento da passagem na Vila São Pedro ou Cachorro Sentado. Na realidade ato que a policia impediu com seus métodos já conhecidos pelo povo da Cachorro Sentado e de outras vilas da cidade, mas como era um ato, um protesto dessa vez a munição foi não letal e eu até pude gravar um video após a palhaçada toda… link
(RBS está listado como mídia tradicional porque sim)
Correio do povo: 1, 2, 3, 4, 5, 6
(correio do povo está listado como mídia tradicional porque coloca notícias de movimentos sociais na aba “geral” ao invés de “política” e porque é financeira e administrativamente controlada pela Rede Record, e pela IURD)
(sul21 está listado como mídia tradicional porque é um veículo parcial quase totalmente voltado a legitimar projetos políticos partidos governistas e de democracia representativa)
O velho novo jeito da BM de lidar com manifestações