Ditado Taoista “Quando amanhece, eu acordo. Quando o sol se poe, vou descansar. Cavo um poco para beber, trabalho a terra para me alimentar. O que tem o poder do imperador a ver comigo?”

La Boétie, Etienne de. “Liberdade, um bem tão grande e tão aprazível que, perdida ela, não há mal que não sobrevenha e até os próprios bens que lhe sobrevivam perdem todo o seu gosto e sabor, corrompidos pela servidão.”

Brecht, Luther. “What is the crime of looting a corporate chain store next to the crime of owning one?”
*tradução sugerida: “O que é o crime de pilhar uma filial de uma grande corporação comparado com o crime de ser dono de uma?”
Eu não sei quem é essa pessoa, mas tenho para mim que é um heteronome, ou o que valha

Burke, Edmund. “Ninguém cometeu maior erro do que aquele que não fez nada, só porque podia fazer muito pouco”.
Eu curti essa frase, embora uma rápida busca monstrou que o autor não é bem assim um exemplo de vida e de inspiração… o.-

Bukowski, Charles. “An intellectual is a man who says a simple thing in a difficult way; an artist is a man who says a difficult thing in a simple way.”
*tradução sugerida: Um intelectual é aquele que diz algo simples de forma complicada; um artista é aquele que diz algo complicado de forma simples."

Camus, Albert. “Na experiência do absurdo, o sofrimento é individual. A partir do movimento de revolta, ele ganha a consciência de ser coletivo, é a aventura de todos. O primeiro avanço da mente que se sente estranha é, portanto, reconhecer que ela compartilha esse sentimento com todos os homens, e que a realidade humana, em sua totalidade, sofre com esse distanciamente em relação a si mesmo e ao mundo. O mal que apenas um homem sentia torna-se peste coletiva. Na nossa provação diária, a revolta desempenha o mesmo papel que o cogito na ordem do pensamento: ela é a primeira evidência. Mas essa evidência tira o indivíduo de sua solidão. Ela é o território comum que fundamenta o primeiro valor dos homens. Eu me revolto, logo existimos.” — O Homem Revoltado. 8 ed. Rio de Janeiro: Ed. Record, 2010. p.35

Debord, Guy. “Os dias desta sociedade estão contados; suas razões e seus méritos foram pesados, e verificados fracos; seus habitantes estão dividos em dois partidos, um dos quais quer que ela desapareça.” — Prefácio à 4ª edição italiana de A Sociedade do Espetáculo

Debord, Guy. “Não é de se estranhar que, desde pequenos, os alunos comecem, com grande entusiasmo, pelo Saber Absoluto da informática: enquanto isso, ignoram cada vez mais a leitura, que exige um verdadeiro juízo a cada linha e é a única capaz de dar acesso à vasta experiência humana antiespetacular.” — Comentários sobre A Sociedade do Espetáculo. X

Einstein, Albert. Everyone is a genius. But if you judge a fish on its ability to climb a tree, it will live its whole life believing that it is stupid."
*tradução sugerida: Todos são gênios. Mas se julgarmos um peixe por sua habilidade de escalar uma árvore, este passará sua vida inteira acreditando-se um estúpido.

Espinoza, Baruch. “se a paz tem de possuir o nome de servidão, barbárie e solidão, nada há mais lamentável para o homem do que a paz. (…) É a servidão, e não a paz, que requer que todo o poder esteja nas mãos de um só; tal como já dissemos, a paz não consiste na ausência de guerra, mas na união das almas, isto é, na concórdia.” — Tratado Político. Capt. VI, § 4

Fayarabend, Paul. “Quando nos libertamos dos grilhões de um modo de expressão e pensamento bem construído e claro, surge o caos de sensações; os sentimentos tornam-se efêmeros, ambivalentes, contraditórios; vêem-se abertos caminhos para explorar imaginativamente os mundos possíveis”.

Galeano, Eduardo, escritor uruguaio (1940).“O nosso mundo está dividido entre os indignos e os indignados”.

Goethe. “O gênio, esse poder que deslumbra os olhos humanos, não é outra coisa senão a perseverança bem disfarçada”

Heráclito. “mais do que o incêndio é necessário para apagar a hýbris.” — Diógenes Laércio, IX, 1-2.
hýbris: desmedida, excesso, injustiça

Huxley, Aldous. “A ciência médica fez tanto progresso nas últimas décadas que hoje, praticamente, não existe mais nenhuma pessoa sadia!”

Knabb, Ken. “If the people don’t know what they need to do, arms can scarcely help them; if they do know, arms can scarcely stop them.” — The Joy of Revolution (cap. 3, tópico “The ultimate showdown”)
“Se o povo não sabe o que precisa ser feito, armas mal podem ajudá-lo; se o sabem, armas mal podem detê-lo.”

Kundera, Milan. “No começo do Gênese está escrito que Deus criou o homem para reinar sobre os pássaros, os peixes e os animais. E claro, o Gênese foi escrito por um homem e não por um cavalo. Nada nos garante que Deus desejasse realmente que o homem reinasse sobre as outras criaturas. É mais provável que o homem tenha inventado Deus para santificar o poder que usurpou da vaca e do cavalo. O direito de matar um veado ou uma vaca é a única coisa sobre a qual a humanidade inteira manifesta acordo unânime, mesmo durante as guerras mais sangrentas.” — A Insustentável Leveza do Ser

Lewis, C.S. “Se o sistema solar foi criado por uma colisão estelar acidental, então o aparecimento da vida orgânica neste planeta foi também um acidente, e toda a evolução do Homem foi um acidente também. Se é assim, então todos nossos pensamentos atuais são meros acidentes – o subproduto acidental de um movimento de átomos. E isso é verdade para os pensamentos dos materialistas e astrônomos, como para todos nós. Mas se os pensamentos deles – isto é, do Materialismo e da Astronomia – são meros subprodutos acidentais, por que devemos considerá-los verdadeiros? Não vejo razão para acreditarmos que um acidente deva ser capaz de me proporcionar o entendimento sobre todos os outros acidentes. É como esperar que a forma acidental tomada pelo leite esparramado pelo chão, quando você deixa cair a jarra, pudesse explicar como a jarra foi feita e porque ela caiu.”

Luxemburgo, Rosa. “Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”

Machado, Antonio. “Caminante no hay camino. Se hace el camino al andar”.

Marx, Karl. “Tendo à frente nossos pastores, só uma vez nos encontramos em companhia da liberdade: no dia de seu enterro.” — Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel

Mead, Margaret. “Never doubt that a small group of thoughtful, committed citizens can change the world. Indeed, it is the only thing that ever has.”
*tradução sugerida: Nunca duvide de um pequeno grupo de pessoas cheias de idéias, cidadãos comprometidos podem mudar o mundo. De fato, essa é a única coisa que sempre pôde."

Mead, Margaret. “No society that feeds its children on tales of successful violence can expect them not to believe that violence in the end is rewarded.”
*tradução sugerida: “Nenhuma sociedade que alimenta as suas crianças com lendas sobre violência bem-sucessida pode esperar que elas não acredidem que a violência é bem-recompensada no final.”

Meireles, Cecília. “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”

Mollison, Bill. “Viva simplesmente para que os outros possam simplesmente viver.”

Morin, Edgar. “Durante uma crise, surgem desejos de viver e de criar que se multiplicam isoladamente e que uma hora se encontram pelo caminho. Toda opção é uma aposta. Nosso caminho não é concreto ou pré-estabelecido: Caminhante, não há caminho. O caminho se faz andando”.

Nietzsche, Friedrich. “Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada!”

Nietzsche, Friedrich. “Existe realmente aqui e além na terra uma espécie de prolongamento do amor, no qual o desejo experimentado por dois seres dá lugar a um novo desejo, a uma nova cobiça, a uma sede comum e superior, de um ideal que ultrapassa a ambos: mas quem conhece esse amor? Quem viveu? Seu nome verdadeiro é amizade.” — A Gaia Ciência, 14

Orwell, George. “No caos em que vivemos, mesmo as razões prudentes a favor da decência comum estão sendo esquecidas. A política, interna e externa, talvez não seja mais imoral do que sempre foi, mas o que é novo é a crescente submissão das pessoas comuns às doutrinas de conveniência, a insensibilidade da opinião pública em face aos crimes e sofrimentos mais atrozes, e a memória cega que permite que assassinos maculados pelo sangue se transformem, da noite para o dia, em benfeitores públicos.”

Orwell, George. “Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.”

Pound, Ezra. “No one understands a deep book until he has seen and lived at least part of its contents”.
tradução sugerida: “Ninguém entende uma obra literária profunda até que tenha visto ou vivido ao menos parte de seu conteúdo”.

Rumi. Out beyond ideas of right doing and wrong doing there is a field. I’ll meet you there.
*tradução sugerida: Para além de idéias do que é certo ou errado existe um campo. Eu o encontrarei lá.

Russel, Bertrand. “Se a paz não puder ser mantida com honra deixa de ser paz”.

Sagan, Carl. “We have also arranged things so that almost no one understands science and technology. This is a prescription for disaster. We might get away with it for a while, but sooner or later this combustible mixture of ignorance and power is going to blow up in our faces.”
*tradução sugerida: “Nós também dispusemos as coisas de tal maneira que quase ninguém entende de ciência e tecnologia. Isto é uma prescrição para desastre. Nós podemos até nos safar(mos?) por um tempo, mas mais cedo ou mais tarde esse combustível que mistura ignorância e poder explodirá em nossas caras”.

Sagan, Carl. “The old appeals to racial, sexual and religious chauvinism and to rabid nationalism are beginning not to work. A new consciousness is developing which sees the earth as a single organism and recognizes that an organism at war with itself is doomed. We are one planet.”
tradução sugerida: “Os velhos recursos a chauvinismos raciais, sexuais e religiosos, bem como a nacionalismo raivoso estão começando a não funcionar mais. Está se desenvolvendo uma nova consciência que vê a terra como um único organismo e que reconhece que um organismo em guerra consigo mesmo está condenado. Nós somos um planeta.”

Satrapi, Marjane. Iranian Graphic Novelist. “The world is not divided between East and West. You are American, I am Iranian, we don’t know each other, but we talk and we understand each other perfectly. The difference between you and your government is much bigger than the difference between you and me. And the difference between me and my government is much bigger than the difference between me and you. And our governments are very much the same.”

tradução sugerida: Satrapi, romancista gráfica iraniana, autora de Persépolis. “O mundo não é dividido entre Oriente e Ocidente. Você é estadunidense, eu sou iraniana, e, embora não nos conheçamos, nós podemos conversar e nos entender perfeitamente. A diferença entre você e seu governo é muito maior que a diferença entre você e eu, assim como a diferença entre eu e meu governo é muito maior que a diferença entre entre eu e você. Já os nossos governos, por outro lado, são basicamente o mesmo.”

Science, Chico. “Vou lembrando a revolução, mas há fronteiras nos jardins da razão.”

Stirner, Max

“uma revolução, e mais ainda uma insurreição, é sempre algo “imoral”, que só podemos decidir fazer se deixarmos de ser “bons” e/ou nos tornarmos “maus”, ou… nem uma coisa nem outra.”

“Os jovens são dados como adultos quando papagueiam os mais velhos”

“‘Liberdade política’: que devemos entender por essa expressão? A libertação do indivíduo em relação ao Estado e às suas leis? Não, pelo contrário: a sujeição do indivíduo ao Estado e às suas leis. Por que razão se fala então de ‘liberdade’?”

“O Estado, a religião e a consciência moral são tiranos que fazem de mim seu escravo, e sua liberdade é minha escravidão.”

“Se nos libertarmos do sagrado, se ficarmos livres da salvação pela religião e da lei, então também nossas palavras serão livres.”

“Encontrarei com certeza muitos que vão querer associar-se a mim sem fazer juramento sob minha bandeira.”

“Se uma associação cristalizou-se assim em sociedade, deixou de ser uma união, pois a união representa o processo de unir-se sem cessar; transformou-se em um estar-reunido, ficou paralisada, degenerou em coisa fixa, está… morta como associação.”

Vaneigem, Raoul. “Nós não lutamos por um mundo no qual a garantia para não se morrer de fome troca-se pelo risco de morrer de tédio.”

Vieira, Amanda em amanditas.wordpress.com. “Tem gente que acha que proibir o aborto é uma forma de conseguir transformar uma mulher em mãe. Bizarro, não?!”

V Gordon Deitrich em V for Vendetta. “You wear a mask for so long, you forget who you were beneath it.”
*tradução sugerida: Você veste a máscara por tanto tempo que até se esquece quem era por baixo dela."

Valerie em V for Vendetta. “Our integrity sells for so little, but it is all we really have. It is the very last inch of us, but within that inch, we are free.”
*tradução sugerida: Nossa integridade é vendida por tão pouco, mas ela é tudo o que realmente temos. É o último pedacinho de nós, mas dentro daquele pedacinho, somos livres."

Valerie em V for Vendetta. “I hope that the world turns and things get better. But I hope most of all that you understand that even though I will never meet you, laugh with you, cry with you, or kiss you, I love you. With all my heart, I love you.”
*tradução sugerida: Eu espero que o mundo mude e que as coisas melhorem. Mas eu espero, acima de tudo, que vocẽ entenda que, mesmo que eu nunca vá lhe encontrar, sorrir ou chorar com você, ou beijá-l@, eu amo você. De todo o meu coração, eu amo você."

V for Vendetta

“The building is a symbol, as is the act of destroying it. Symbols are given power by their people. By itself, a symbol is meaningless, but with enough people, blowing up a building can change the world.”
*tradução sugerida: “O edifício é um símbolo, assim como o é o ato de destrui-lo. Aos simbolos se lhes embute poder o seu povo. Por si só, um símbolo não significa nada, mas com pessoas suficientes, explodir um edifício pode mudar o mundo”.

“Justice is meaningless without freedom.”
*tradução sugerida: “Justiça não faz sentido sem liberdade.”

“Anarchy wears two faces, both Creator and Destroyer. Thus Destroyers topple empires; make a canvas of clean rubble where creators can then build a better world.”
*tradução sugerida: “A anarquia ostenta duas faces, ambas criadora e destruidora. Destruidor@s derrubam impérios; com os destroços esboçam onde os criador@s erguerão um mundo melhor.”

“Fairness. Justice. Freedom… Are more than just words. They’re perspectives.”
*tradução sugerida: Igualdade. Justiça. Liberdade… São mais do que somente palavras. São perspectivas."

“Artists use lies to tell the truth, while politicians use them to cover the truth up.”
*tradução sugerida: Artistas utilizam-se de mentiras para contarem a verdade, enquanto polític@s utilizam-se delas para encobrir a verdade."

Wells, H.G. “Sempre que vejo um adulto de bicicleta, volto a confiar no futuro da raça humana.”

Emma Goldman "(…) Isso porque a verdadeira liberdade não é uma simples pilha de papéis intitulada “constituição”, “direito legal” ou “lei”. Também não é uma abstração derivada dessa outra irrealidade chamada “Estado”. Não é o ato negativo de ser libertado de algo, pois essa liberdade é apenas a liberdade para morrer de fome. A verdadeira liberdade é positiva; é a liberdade rumo a algo, a liberdade de ser, de fazer, e os meios empregados para isso."

Fábio Veronesi “Somente as pessoas que negam a si mesmas podem negar a sua cultura. Poucas estão dispostas a isso, é um processo emocionalmente paradoxal, passa por negar a própria educação, as certezas internas e do mundo ao redor. Mas,
essa negação de si mesmo, mesmo que momentânea, oferece a liberdade de si mesmo, e abre as portas das novas possibilidades de ser.”

(Inácio – Ciclovida) “Pode ser que não lhe agrade meu conceito de paixão, amo tudo, amo todos, só não quero possessão!
Eu sou de todo mundo, e o mundo todo é meu, por isso que não posso ser só seu!”

Arbeit macht nicht frei”. A idéia seria deixar em alemão, mesmo, em referência ao slogan nazista “Arbeit macht frei” (uma tradução literal: O trabalho faz livre; poderia ser também: o trabalho liberta) que era colocada na entrada dos campos de concentração, só que com a negação (nicht). Então, “O trabalho não liberta”.

Alt Del Ctrl – “Permafrost quando some se esparrama pelo chão, planetinha quando esquenta leva a grande extinção” (paródia de Batatinha quando nasce).

Crimethinc – “Se vivêssemos num mundo onde pudéssemos perseguir quaisquer aspirações que desejássemos, sem medo de morrer de inanição, loucos ou não amados como Van Gogh e uma centena de outros, nossas vidas e relacionamentos não seriam mais moldados pela violência. Talvez então seria mais fácil olhar para cada um de nós e ver o que é lindo e único, olhar para a natureza e apreciá-la pelo que é… ser e deixar ser ao invés de sempre procurar por poder e vantagens.
Existiram centenas de outras sociedades na história de nossa espécie na qual pessoas viveram desse modo. Seria mesmo irreal pensar que podemos reorganizar nossa própria sociedade para ser mais libertária?”

Miguel Roscigna – “A solidariedade anarquista é mais do que simples palavra escrita!”

(desconhecido) – “Minha vida mudou e agora, quando digo que vou, eu vôo.”

Shelley – “O Poder, como uma praga que elimina, contamina tudo o que toca, e a obediência, o pesadelo de qualquer carisma, virtude, verdade e liberdade, torna as pessoas escravas, e o homem uma máquina.”

(desconhecido — Info-shop) – “Se o veganismo não for anti-capitalista, então é inútil, exceto talvez para nos fazer testemunhar uma extinção em massa em câmera lenta.”

Desconhecido

Amar

Dizem que o amor é uma conquista.
Digo – expressamente! – que se é assim,
dessa forma, não sei amar.

Não quero só para mim.
Não possuo o intento de dizer “é meu”.
Não! Não é possível que a beleza das flores,
que o voar das andorinhas,
que o vento frio que anima meu peito,
sejam redutíveis a palma de minhas mãos.

Simplesmente, não acredito
que opostos, que podem ser iguais,
se resumam a uma adição sem vida
do querer-pra-si do verbo conquistar.

De antemão, recuso que o amor
seja uma conquista e passo a afirmar
com a voz altissonante, como a aurora do dia:
amar não é conquistar.
Amar… é realizar-se com o outro!

Desconhecido – “A época que atravessamos é a da mais extrema separação. A normalidade depressiva das metrópoles,
os seus loucos solitários, exprimem a impossível utopia de uma sociedade de átomos.” (A Chamada)

Desconhecido – “Trata-se, como dizíamos, de nos organizarmos na base das nossas necessidades – de conseguir
responder progressivamente à questão coletiva de comer, dormir, pensar, amar, de criar as formas, de
coordenar as nossas forças – e de conceber tudo isso como um momento da guerra contra o império.”
Só desta maneira, habitando as próprias perturbações do programa, é que podemos afrontar este
“liberalismo econômico”, que não é senão a direta consequência, a realização lógica, do liberalismo
existencial que por todo o lado é aceito, praticado, e ao qual cada um está ligado como ao seu direito
mais elementar, incluindo aqueles que desejariam desafiar o “neoliberalismo”(…) (A Chamada)

*Envie d’agir – Le Guide de l’engagement – “Atualmente todos sabem que sem a ajuda concreta dos cidadãos, o Estado não terá nem os meios nem o tempo para erguer as obras que podem evitar a explosão da nossa sociedade.”

Folie A Trois – “Busco la paz en mi mente y el conflicto en la sociedad. La verdadera rebeldía no es una cuestión de edad. Para mi la clave está en el salto de las palabras a los hechos, de las frases a los actos.”

Hermman Hesse – “Para nascer precisamos destruir um mundo”

Wilhelm Reich – "Certas expressões, habituais na educação pela boca de pais e mestres, retratam com exatidão o
que aqui descrevi como técnica muscular de encouraçamento. Uma das peças centrais da educação
atual é o aprendizado do autocontrole. “Quem quer ser homem deve dominar-se.” “Não se deve
deixar-se levar.” “Não se deve demonstrar medo.” “Cólera é falta de educação.” “Uma criança
decente senta-se quieta.” “Não se deve demonstrar o que se sente.” “Deve-se cerrar os dentes.” Essas
frases, características da educação, inicialmente são repelidas pelas crianças, depois aceitas com
relutância, laboradas e, por fim, exercitadas. Entortam-lhes — via de regra — a espinha da alma,
quebram-lhes a vontade, destroem-lhes a vida interior, fazem delas bonecos bem educados."

Wilhelm Reich “A formação das massas no sentido de serem cegamente obedientes à autoridade se deve não ao
amor parental mas à autoridade da família. A supressão da sexualidade nas crianças pequenas e nos
adolescentes é a principal maneira de conseguir essa obediência.”

Wilhelm Reich “As enfermidades psíquicas são a conseqüência do caos sexual da sociedade. Durante milhares
de anos, esse caos tem tido a função de sujeitar psiquicamente o homem às condições dominantes de
existência e de interiorizar a dinâmica externa da vida. Tem ajudado a efetuar a ancoragem psíquica
de uma civilização mecanizada e autoritária, tornando o homem incapaz de agir independentemente.”

Wilhelm Reich “As leis patriarcais pertencentes à religião, à cultura e ao casamento são predominantemente leis
contra a sexualidade.”

Ivan Illich – “Nesta estrada, ficaram destroçados inumeráveis conjuntos de infraestruturas
nas quais a pessoa enfrentava a vida, nas quais brincava, comia,
estreitava laços de amizade e até de amor. Umas quantas das chamadas
décadas de desenvolvimento» foram suficientes para desmantelar mais de
dois terços dos moldes culturais do mundo. Antes dessas décadas,
aqueles moldes permitiam às pessoas satisfazerem a maior parte de suas
necessidades segundo um modelo de subsistência. Depois delas, o plástico
substituiu a cerâmica, as bebidas gasosas substituíram a limonada, o Valium
tomou o lugar do chá de camomila, e os discos o do violão. Ao longo de
toda a História, a melhor medida dos tempos maus foi o percentual de
alimentos que se devia comprar. Nos bons tempos, a maior parte das famílias
conseguiam quase todos os seus alimentos através do que cultivavam ou
adquiriam num quadro de relações gratuitas.”

Ivan Illich – “A fé e a confiança no técnico
profissional, seja ele cientista, seja terapeuta ou executivo, constitui o
calcanhar-de-aquiles do sistema industrial. Portanto, somente as iniciativas dos
cidadãos e as tecnologias radicais que desafiem diretamente a dominação
enervante das profissões inabilitantes poderão abrir o caminho para a
conquista da liberdade medi ante uma competição não hierárquica, baseada
na comunidade. Invalidar o etos profissional tal como existe atualmente é
condição necessária para o surgimento de uma nova relação entre
necessidades, ferramentas contemporâneas e satisfação pessoal. O
primeiro passo para alcançar essa invalidação libertadora é que o cidadão
adote um postura céptica e condescendente diante do técnico profissional. A
reconstrução social começa pela dúvida.”

Ivan Illich – “A atividade, o esforço, a realização, o serviço feito fora de
uma relação hierárquica, não avaliável pelos padrões profissionais, são uma
ameaça para qualquer sociedade de mercado intensivo. A geração de
valores de uso que escapam à medição efetiva limita não somente a
necessidade de mais mercadorias como também os empregos que as criam e
os envelopes de pagamento necessários para comprá-las.”

“A organização social atual não só atrasa, mas impede e corrompe toda a prática de liberdade. Para aprender o que é liberdade, não cabe outra possibilidade que experimentá-la, e para poder experimenta-la tem que ter o tempo e o espaço necessários.” – Ai Ferri Corti

“O tempo das prestações, das obrigações e do tédio desposa os espaços do consumo em bodas incessantes e fúnebres. O trabalho reproduz o ambiente social que reproduz a resignação ao trabalho. Se amam as noites frente a televisão porque se passou todo o dia no escritório ou no metrô. Estar calado na fábrica transforma os gritos do estádio em uma promessa de felicidade. A sensação de culpa na escola reivindica a irresponsabilidade idiota do sábado a noite, na discoteca. A publicidade dos outdoors faz sonhar somente a olhos saídos do Mc Donalds, etc.” – Ai Ferri Corti

“Temos que saber experimentar a liberdade para ser livre. Temos que nos liberar para podermos faze experiências da liberdade. No interior da ordem social presente, o tempo e o espaço impedem a experiência da liberdade porque sufocam a liberdade da experiência.” – Ai Ferri Corti

“Atuar sendo poucos não só constitui um limite, senão que representa um modo distinto de pensar a transformação social mesma. Os libertários são os únicos que imaginam uma dimensão de vida coletiva não subordinada à existência de centros diretivos. A autêntica hipótese federalista é a idéia que faz possível o acordo entre as livres uniões dos indivíduos. As relações de afinidade são um modo de conceber a união, já não sobre a base da ideologia e da adesão quantitativa, se não a afinidade nos projetos e a autonomia da ação individual não tem sentido se não podem ampliar-se sem serem sacrificadas por supostas necessidades superiores. A união horizontal é aquilo que concretiza qualquer prática de liberação: uma união informal, de fato, capaz de romper com toda representação. Uma sociedade centralizada não pode renunciar ao controle policial e ao mortal aparato tecnológico. Para isto, quem não sabe imaginar uma comunidade sem autoridade estatal não tem instrumentos para criticar a economia que está destruindo o planeta; quem não sabe pensar uma comunidade de únicos não tem armas contra a mediação política. Ao contrário, a idéia da livre experiência e da união de afinidades como base de novas relações faz possível uma completa volta social. Somente abandonando toda idéia de centro ( a conquista do Palácio de Inverno ou, com o passar do tempo, da televisão do estado) se pode construir uma vida sem imposições e sem dinheiro. Neste sentido, o método do ataque difuso é uma forma de luta que traz consigo um mundo distinto. Atuar quando todos predicam a espera, quando não se pode contar com grandes séquitos, quando não se sabe por antecipação se obterão resultados – atuar assim significa já afirmar por que coisa combatemos: por uma sociedade sem medida. É aqui então que a ação em pequenos grupos de afinidades contém a mais importante das qualidades – a de não ser uma simples tomada de consciência tática, senão de realizar ao mesmo tempo o próprio fim. Liquidar a mentira da transição ( a ditadura antes do comunismo, o poder ante da liberdade, o salário antes da tomada do montante, a certeza do resultado antes da ação, os pedidos de financiamentos antes da expropriação, os “bancos éticos”, antes da anarquia, etc) significa fazer da própria revolta um modo diferente de conceber as relações. Atacar de imediato a hidra tecnológica quer dizer pensar um vida sem polícia de uniforme branco (o que significa: sem a organização econômica e científica que o faz necessário); atacar subitamente os instrumentos da domesticação midiática quer dizer criar relações livres de imagens ( o que significa: livre da passividade cotidiana que as fabrica). Quem grita que já não é mais – ou não é ainda – tempo de revolta, nos revela de antemão qual a sociedade pela qual combate. Pelo contrário, sustentar a necessidade de uma insurreição social, de um movimento sem contenção que rompa com o Tempo histórico para fazer emergir o possível: significa dizer algo simples: não queremos dirigentes. Hoje o único federalismo concreto é a rebelião generalizada. Para rechaçar toda a forma de centralização se necessita ir mais além da idéia quantitativa de luta, é dizer a idéia de chamar a unir-se aos explorados para um choque frontal com o poder. Se necessita pensar outro conceito de força – para queimar as linhas do censo e mudar a realidade." – Ai Ferri Corti

“Sem esperar reviver o mito da Greve geral é o desencadear da insurreição, está claro o suficiente que a interrupção de toda atividade social é ainda decisiva. A ação subversiva deve mover-se em direção da paralisia da normalidade, não importa o que originalmente causou o conflito. Se os estudantes continuarem a estudar, se os trabalhadores – aqueles que restam deles – e os empregados de escritório continuarem a trabalhar, o desempregado se preocupar com o emprego, nenhuma mudança será possível. A prática revolucionária sempre será acima das pessoas. Qualquer organização separada das lutas sociais não serve nem para desencadear a revolta nem para expandir e defender seu alcance. Se é verdade que os explorados se aproximam aqueles que sabem garantir, no curso das lutas maiores melhorias econômicas – isto é, se é verdade que toda luta reivindicativa tem um caráter necessariamente reformista -, são os libertários quem podem, através de seus métodos (a autonomia individual, a ação direta, o conflito permanente), impulsionar-lhes a ir mais além do modelo da reivindicação, a negar todas as identidades sociais (professor, balconista, operário, etc). Uma organização reivindicativa permanentemente específica dos libertários ficaria à margem das lutas (somente poucos explorados poderiam escolher fazer parte), ou perderia sua própria peculiaridade libertária (no âmbito das lutas sindicais, os mais profissionais são os sindicalistas). Uma estrutura organizativa formada por revolucionários e explorados pode permanecer conflitiva somente se encontra ligada à duração de uma luta, a um objetivo específico, à perspectiva do ataque; enfim, se é uma crítica de fato do sindicato e da colaboração com os patrões.” – Ai Ferri Corti

“A vida não pode ser somente algo ao que se agarrar. É uma pensamento floresceu a todos, pelo menos uma vez. Temos uma possibilidade que nos fazem mais livres que os deuses: a de irmos. É uma idéia para saborear até o futuro. Nada e ninguem nos obriga a viver. Nem sequer a morte. Por isso nossa vida é uma tábua rasa, uma tabuinha que ainda não foi escrita e que então contêm todas as palavras possíveis. Com uma liberdade similar não podemos viver como escravos. A escravidão está feita para quem está condenado a viver, para quem está destinado a eternidade, não para nós. Para nós está o desconhecido.” – Ai Ferri Corti

“Podemos não fazer, eis aqui a mais bela razão para atuar. Recorremos em nós mesmos a potência de todos os atos de que somos capazes, e nenhum amo poderá tirar-nos a possibilidade da recusa. Aquilo que somos e que desejamos começa com um não. Daí nascem as únicas razões para se levantar de manhã. Daí nascem as únicas razões para irmos armados à assaltar uma ordem que nos sufoca.” – Ai Ferri Corti

“De um lado está o existente, com seus costumes e certezas. E de certezas, este veneno social, se morre.
Por outro lado, está a insurreição, o desconhecido que irrompe na vida de todos. O possível ínicio de uma prática exagerada da liberdade.” – Ai Ferri Corti

“Esta sociedade é uma gaiola para os mamíferos” – Michel Mclure

“(…) Budapeste anos 50-séc.XX: Secretário-geral do PC Húngaro manda cavar o solo para construir o metrô de Budapeste. Subsolo muito duro. Então, não eram os técnicos marxistas que estavam errados, mas o subsolo de Budapeste que era contra-revolucionário.(…). Conclusão de Sartre: O marxismo é uma violência idealista às coisas.(…)”- Roberto Piva

“A única forma de lidar com um mundo sem liberdade é tornar-se tão livre que somente a sua existência pessoal se transforma em um ato de rebelião.” – Albert Camus