debate

religiosidades, crenças, etc... são formas de dominação e alienação? existe um uso libertário, existe uma relação politizada, crítica, com esses saberes e rituais? Qual seu potencial libertario ou estético, ético, etc?
 

fico realmente confusa com isso. Eu sempre fui muito cética mas recentemente me abri para os esoterismos por curiosidade e por atração a sua lignuagem poetica, estetica, etc, que tbm sempre fui muito critica, achando uma ferramenta de controle das mulheres…. resultado de sua opressão… que fazem ‘magias’ e outras coisas na falta de poder politico. Mas entendo tbm que as grandes narrrativas patriarcais e a soberbia do ‘progresso’, a primazia da ‘ciencia’, que tanto vem devastando a Terra, também são problemáticos e que a depreciação desses conhecimentos vem de uma primazia masculina que diz que o valido é o ‘cientifico’;…. entendo que o que possuem esses saberes é algo de ancestral, ou de ritualistico, de uma relaçãpoo diferente com a natureza, com o tempo e com nós mesmas, e de ludico, sei la, produz um bem estar, recupera um simbolico…. estou gostando muito de tarot, oraculos, astrologia, venho estudando no meu tempo, gosto de cristais, eu me atrai a isso tudo pela sua beleza, mas me surpreende, entendo como linguagens poéticas, gosto do aspecto místico, falam da existencia humana de forma não positivista, o mapa astral é uma mandala, é um conhecimento intuitivo… sei lá ando amando, acredito que a Terra é um ser vivo, que recuperar talvez essa ‘sacralidade’ é uma forma de recuperar também o respeito e amor a ela, reconhecer que as plantas, animais e pessoas mesmo são sagradas ….  São formas de tentar entender nossa existencia na Terra e desenvolver uma poétiuca que signifique, e são algo experienciall, são uma poetica do existir, são metaforas e mitos, ou são simplesmente o estético e o que convoca em termos de nossa força interior de curação e auto cuidado (no casoos cristais me atraram por serem lindos ecomo indigenas, povos antigos de todoslados, indianos, oi yoga, usa como curação, eu nao subestimo, alem de imaginar todos milenios que guardam de ação da Planeta neles pra ficarem daquele jeito… chego a ficar contra ate mesmo sua extração… mas se a gente os veste e sente proteção e acredita nos seus poderes acredito que nos induzimos um estado favoravel). Sao sabedorias criadas para ajudar a gente a viver. Tão bonito e cada vez me atrai mais, apesar de saber dos perigos do exagero e me cuidar capricornianamente e taurinamente rs.

 
 

o que me confunde é que tem uma relação com saúde, eu diria que são ciencias do exsitir, mas se for ver em tribos, os cxamãs, osoraculos, etc, sempre tiveram a função de promover um viver melhor, a cura, ou a orientação, mas cuidando a mente e corpo… depois hj com cristianismo que ‘religiosidade’ virou uma crença na qual aferrar-se. Povos ancestrais desenvolviam mitos para ajudar as pessoas a viverem suas vidas, como forma de passar ensinamentos… essa é a base da astrologia, tarot, etc… sao linguagens eu diria mais doque qualquer coisa. Minha relação com elas émais estetica que de crença mesmo, mas a questao da ‘fé’, é sobre uma disposição, estado, de entrar nas experiencias, porque não são apenas linguagens mas também experiências. Só acho que oproblema tá no exagero, mas me atraioiu a principio porque achava bonito e recreativo rs.

 
 

Me encanta o debate. Passo por algo parecido. Sempre fui muito cético também, e estou nesse processo de abertura, eu diria, dos sentidos. O grande problema do avanço pensamento racionalista e científico é que torno muito difícil senão impossível o processo contrário.

Não acho que as religiosidades e crenças sejam necessariamente formas de alienação e dominação. Penso que podem ser sim ferramentas de poder, sobretudo sobre si próprio. Afinal, deus, ou deusa, é outro nome para inconsciente, ou como queira chamar.

São também formas de conhecimentos, os mitos, as crenças, etc., diferentes contudo da ciência tal qual a conhecemos. Enquanto a ciência tem métodos de observação, análise, pra posteriormente tomar um compreensão das coisas… Os conhecimentos espirituais simplesmente têm, e são, tudo, todxs, ao mesmo tempo, dada sua complexidade e diversidade – sem uma linha temporal ou histórica. Muitas vezes são conhecimentos orais, que se modificam, e são diferentes aqui e alí… Mas isso já é lá uma análise da coisa.

A fé existe de fato para quem a tem. Então, existe. É parte de uma mediação, um meio paliativo, para equilibrar o caos simbólico do pensamento científico.

Podemos analisar o espiritual sobre uma caixinha do político? Podemos. Mas… devemos? Já não é pensar racionalmente, transformar em outro tipo de conhecimento…? Talvez possa a espiritualidade ensinar mais sobre o libertário do que o contrário!?

 
   

hj eu fiz uns rituais de candomble, e confesso que me senti muito bem, limpou minha mente.