Eu me liguei nessa questão da adoção depois que conheci uma mina francesa. Ela foi um bebe adotado que foi parido no 3o mundo e vendido. Ela trabalha muito nisso e na denúncia de tráfico de bebês. Ai que me liguei: adoção é uma solução classista e ineficiente, só existe porque aborto é ilegal, crianças são depositadas nos centros de assistência social, é preciso atacar a Heterossexualidade.
Ademais, adoção é uma pauta LGBT e reformista… Esse desejo de ter filhos é obra da maternidade compulsoria.
Eu to pela sabotagem do parto, da maternidade, da reprodução… É escravidão da mulher, o planeta não aguenta mais e mais homens no mundo é mais problema. Existe uma romantização muito forte que cria essa mística do parto natural e da “vida” e até parece que não existem outros projetos interessantes onde colocarmos nossas energias. Reproduzir a instituição familista também parece ser abandono das lésbicas que não dispoem dessa instituição e precisam construir outras estruturas de apoio mutuo num capitalismo lesbofobico atroz.
Àsvezes vejo as radicais (do facebook pelo menos brasileiro) cair numas demandas reformistas como casamento ou adoção. Me pergunto: onde ficou perdida a radicalidade? O feminismo radical sempre foi critico dessas pautas
Lésbicas não temos que reivindicar família, adoção, crianças, comprando a sedução desse sistema falido que é a heterossexualidade e o patriarcado.
Lésbicas devem sabotar a reprodução humana pelos seus impactos, não criar meninos a mais pro mundo, e investir suas energias em si mesmas e sua felicidade e de suas parceiras.
Lésbicas devemos resistir à assimilação e à heterossexualização forçada das nossas vidas, resistir aos valores heterossexuais e construir um mundo lésbico.
Toda maternidade é forçada porque todo aborto é proibido e porque somos vistas como incompletas sem cumprir a suposta missão existencial feminina de parir. Não somos chocadeiras de patriarcas.
Pela destruição da heterossexualidade. Pelo fim de homens e humanos.
Pela planeta.
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