contragaia.wordpress.com/2015/06/16/boi.../ “A campanha pela libertação animal está respirando com ajuda de aparelhos. O número de ativistas pelos animais não está crescendo; o consumo per capita de carne aumenta todos os anos; formas novas e grotescas de abusar os animais são descobertas sem nenhuma preocupação por eles; e as organizações “de direitos dos animais” mais destacadas (como a PETA) são apoiadoras sem remorso da matança de animais inocentes.50 Esses não são sinais de um movimento próspero. E se você não aproveitar nada desse artigo, pelo menos use-o como um pretexto para pesquisar mais sobre movimentos de justiça social bem-sucedidos. A vida de até mesmo um animal inocente justificaria muito mais que isso. Quando você examinar a história e a lógica de movimentos sócias bem-sucedidos mais cuidadosamente, entretanto… quando você ler sobre a mudança imediata no movimento antiescravista na década de 1830, catalisada pela corajosa condenação da escravidão por Garrison em 1831; o radicalismo dos ativistas por direitos civis, desencadeada pelo ato de uma valente mulher em 1955; a militância dos ativistas pelos direitos dos homossexuais no início da década de 1970, inspirada pelas Rebeliões de Stonewall em 1969, um ponto de vista comum surgirá da névoa intelectual – uma visão de justiça e confronto, e não de compaixão e consumismo. Precisamos formar uma comunidade e um movimento que possam assumir o manto desses corajosos ativistas da história e buscar uma visão de justiça social. Estou confiante que você concordará, se olhar mais cuidadosamente para o progresso que eles alcançaram, e compará-lo como a relativa futilidade do movimento moderno pelos direitos dos animais." |
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Uma mentira ecológica – o mito vegetariano |
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É verdade que vegans cometem várias contradições, e que a agricultura causa mortes e sofrimentos. Também concordo com a preocupação com mudanças climáticas e com a escassez de recursos, coisas que podem prejudicar todos os indivíduos. Mas a autora do texto só trata de sustentabilidade e de impactos ambientais, como se isso fosse a única coisa que importasse, e fala de forma bucólica sobre árvores e sobre entender a natureza. Embora a sustentabilidade possa ter sua importância, existem várias outras coisas que precisam ser consideradas. A autora só defende sua visão romântica da natureza e aborda impactos ambientais da agricultura, mas não trata das questões éticas ligadas à exploração de animais para consumo, e despreza o sofrimento deles, como no momento em que diz: “A grama e os herbívoros precisam um do outro tanto como predadores de suas presas. Essas não são relações de sentido único, e não acordos de dominação e subordinação. Nós não estamos explorando um ao outro por comer. Estamos apenas nos revezando.” O texto comete várias falácias e erros. Fala das contradições cometidas por veganos como se isso justificasse explorar os animais. Isso é falso, porque se algumas pessoas associadas a uma ideia fazem ou dizem algo equivocado, isso não quer dizer que a ideia esteja equivocada (Peter Gelderloos e outros também cometem esses mesmos erros nos seus textos sobre o tema). Procura justificar a exploração (de forma “humanitária” ou ecológica), mas não dá nenhum argumento fundamentado para isso. Também deveria ser aceito explorar humanos? Se não, a autora está sendo especista, sem dar justificativas para isso. A autora também parece querer dizer que só existem duas alternativas: comer animais criados ecologicamente ou sustentar uma agricultura devastadora. Além de existirem outras opções além dessas, a autora parece esquecer que até as pessoas que comem carne também têm que comer vegetais, e assim colaborar com a agricultura de alguma forma. “A verdade é que a agricultura é a coisa mais destrutiva que os seres humanos têm feito para o planeta, e mais da mesma não vai nos salvar.” Embora seja importante uma agricultura que cause menos mortes e sofrimento, na verdade ela causa menos do que a pecuária: gbs-schweiz.org/blog/do-vegetarians-cau...=en www.animalvisuals.org/projects/data/1mc/ “Eu estou perguntando sobre tudo o que morreu no processo, tudo o que foi morto para conseguir que haja comida em seu prato. Essa é a pergunta mais radical, e é a única questão que vai produzir a verdade. Quantos rios foram represados e drenados, quantas pradarias e florestas foram derrubadas pelo arado, quanto solo virou pó e soprado para os fantasmas? Eu quero saber sobre todas as espécies, não apenas os indivíduos, mas toda a espécie – o chinook (raça de cachorro silvestre), o bisão, os pardais gafanhoto, os lobos cinzentos. E eu quero mais do que apenas o número de mortos e enterrados.” Não se pensa assim quando seres humanos são as vítimas, e existem sérias razões para discordar disso, e pensar assim (dar valor a seres vivos, ecossistemas ou espécies ao invés, ou acima, de indivíduos sencientes) teria consequências inaceitáveis. “Sem a compreensão da natureza da agricultura, da natureza da natureza, ou, finalmente, da natureza da vida…”. “Percebi, então, que essas pessoas que são tão profundamente ignorantes da natureza da vida…” São bastante frequentes no texto apelos à natureza, inclusive nos demais trechos citados, falácia que já foi exaustivamente refutada. Doenças, desastres, assassinatos e estupros são coisas naturais, mas isso não é motivo para venerá-las ou não combatê-las. A autora defende que “temos de ser comidos tanto quanto nós precisamos comer” e que “para alguém viver, alguém tem que morrer“. Se esta afirmação for verdade, então quer dizer que é importante evitar e minimizar as mortes e o sofrimentos que isso causa, e não que não existe problema em causar mortes e sofrimento. Caso contrário, não haveria nenhum problema com assassinatos, estupros e escravidão. Mas as pessoas que pensam assim estão numa situação cômoda e sem ameaças de predação ou algo parecido, caso contrário, não agiriam assim, mas buscariam evitar o sofrimento, como agem quando sofrem de doenças ou parasitismo e tentam se curar. |
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Existe um sujeito chamado Peter Gelderloos que escreveu sobre o tema. Tem coisa lá na anarchist library. Dêem uma olhada! |
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o veganismo enquanto postura coletiva ainda é relevante do ponto de vista ético, mas como o Geoderloos aponta, faz parte das tendencias de tornar o capitalismo mais “humanizado” e tolerável se for só uma questão de consumo. Quero fazer ainda uma argumentação semelhante a critica que ele faz no Veganismo é uma opção de consumo, partindo dos mesmos pontos. Só que, diferentemente, apontando que só a ampliação do veganismo para uma ética anticapitalista pode realmente fazer diferença. Não abandonando o veganismo como um desvio pequeno burgues, que nem os trosko e os derrick jehnsen da vida falam quando falta argumento. |
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