[DEBATE] - Situação política atual

Ontem a noite saiu uma notícia no site do jornal o globo com informações de propina do Temer e Aécio. Hoje já teremos protestos em várias cidades pelo país. Partidos políticos e coletivos atrelados a eles e sindicatos já estão puxando suas pautas para a "solução" dessa situação. Algumas pessoas estão pedindo eleições gerais já, outras pedem por uma assembleia constituinte e algumas ainda querem uma intervenção militar. O que vocês acham disso tudo? Seria interessante usarmos este espaço para debates também, muito melhor conversar aqui do que no feed interminável do facebook.
 

Tô com bastante medo da galera que defende eleições gerais acabar cooptando os movimentos que vão acontecer pelo país e falar que tá tudo acontecendo em defesa das eleições gerais.

 
 

O que eu tenho certo receio dessa exposição da corrupção de todos os políticos e da cruzada por moral é de isso fortalecer a ideia entre os militares de uma intervenção para garantir a “soberania do país” e “arrumar a casa”.

Eu não consigo ver muito qual seria o papel de nós, anarquistas, nessas manifestações específicas pela queda do Temer e por isso nosso coletivo não pretende participar hoje.

 
 

eu tmb vivo nessa paranoia. que o discurso de tudo tá sujo leve a pergunta de quem seriam os limpos a organizar a casa?

uma coisa é certa, lá em cima a briga tá feia. aqui em baixo não da pra esperar eles se resolverem para agir. Tenho sentido uma certa falta de respostas à situacao macro-politica atual. Isso desde o comeco da crise do governo Dilma. Acho que falta para os movimentos autonomistas mais comunicacao interna para tentar entender o que cada cidade ta passando e conseguir abstrair o que nos eh comum.

 
 

Entendo que essa disputa intra-elites gere possibilidades de ruptura, onde possíveis insurreições podem acontecer. Mas o otimismo acaba por aí. A questão que me preocupa é a nova correlação de forças a emergir, após a reestruturação do poder e percebo o populismo penal com muita força. De cima abaixo é gente pedindo “cadeia”, com sangue nos olhos – a estupidez da classe média em sua expressão máxima. Temo que tudo indique pra uma nova correlação de forças mais repressora ainda.

É a tendência da vigilância em massa, do moralismo do trabalho, a dualidade trabalhador-vagabundo e a legitimização da violência pra cima de qualquer tipo de alteridade. Penso que não é que estejamos próximos de uma nova ditadura militar, é pior, é a repressão e autoritarismo típicos desta com o verniz de legitimidade da democracia burguesa. Não sei qual é a resposta adequada. Vou ver se começo a escrever algo…

 
 

Alguns links que podem ser úteis à análise:

estrategiaeanalise.com.br/artigos/an%C3...

outraspalavras.net/brasil/567251/

 
 

cumplicidade.noblogs.org/?p=3075

anarquismo.noblogs.org/?p=757

 
 

já atrasado pro debate e tendo observado o correr dos fatos, acredito que a pauta por eleições gerais seja a que alcançou mais adesão na esquerda, inclusive com alguns coletivos fazendo “instrumentalização” dela, já que não há alternativas legais que as possibilitem, ou seja, eleições gerais seria um grito contra a institucionalidade e normalidade do funcionamento do sistema.

Particularmente, eu discordo.
Acredito que o momento das meias palavras já passou e , agora mais do que nunca, precisamos começar a fazer demandas impossíveis para rachar o sistema no meio.

 
 

Chegando no grupo, retornando aliás…sobre o tema alguns pitacos:

Sob qualquer aspecto, o “nosso campo” não deveria bater palmas para as Diretas Já, parte do esquema-espetáculo da representação em crise de morte;
Podemos e devemos aproveitar a terra em transe sim, para traçar novos acontecimentos e estimular rupturas onde for possível, muito especialmente nos locais de estudo, trabalho, etc..Do jeito que a coisa anda, o desemprego tornando-o a maioria de nós simplesmente descartáveis, novos horizontes e opostunidades podem ser exploradas.
Intensificar conversas, alianças desde baixo, fazer um esforço de construir ferramentas de comunicação…essa última muito precisada aliás.

Seguimos

 
 

AVISO: Comecei a usar o Riot (mensageiro instantâneo open source), está sendo posicionado nalgumas listas do software livre como mais seguro que o wattsapp/signalse alguem tiver interesse, criei uma sala de chat #anarcos , quem desejar pode solicitar convite. O banaca é que, além da web, podemos usar os smarphones…enfim..fica a dica.

github.com/vector-im

riot.im/app/#/room/!IoEokkSqexbDUHYWRU:matrix.org

 
 

convida lá. @nadie

 
 

pode me convidar tbm, desordemordeira

 
 

quem não tiver conta no Riot, passa o email tá???

 
 

AVISO: Só consigo convidar com O EMAIL da criatura, ou o ID na rede RIOT (ex: @diadorim:matrix.org)

beijos

 
 

Declaração de Xapuri: Denuncia falsas soluções da Economia Verde

racismoambiental.net.br/2017/05/29/decl.../

 
 

Eu fico bastante preocupada em como estas crises afetam a vida das pessoas diretamente e rápido. Por exemplo, ainda com a ação direta realizada por feministas ao apoiar e viabilizar acesso à um aborto seguro para mulheres, o serviço de aborto legal é uma janela importante para quem precisa e para quem consegue ocupar estes espaços. Porém, acesso ao aborto legal está em cheque, com uma emenda constitucional que está pronta pra ser votada que propõe o fim do aborto legal. Ou seja, existem mulheres que acessam os serviços de aborto legal em casos de estupro, anencefalia ou risco de vida, que não conhecem outras vias (ação direta), e que serão afetadas diretamente em suas vidas com essa emenda.
Me sinto angustiada e sem perspectivas diante desse avanço conservador e como fortalecer uma comunidade que nem se quer existe… Enfim, seguimos.

 
 

Gostaria de compartilhar um “dilema” que vejo que vai ao encontro do que ell falou:
“Diretas Já” não faz sentido nenhum para nós, no entanto faz sentido frear os pacotes de “reformas” que fazem a esteira do capital andar mais rápido, aumenta o pé-rengue da população e resumidamente é um passo adiante que o estado/capital dá.

Pois bem, a esquerda institucional, especificamente as centrais sindicais, encaram as eleições diretas como a estratégia para frear essas reformas. Como nós podemos freá-las sem aderir ao “diretas já”?

É uma pergunta sincera, porque, além da escrotidão e caráter paliativo de pedir por eleições, se coloca a questão de ter força para realmente ganhar a queda de braço.

Não diretamente contra as reformas, mas parte da mesma luta, as ocupações de secretaria municipal de SP contra as demolições na cracolândia parecem ser uma atuação bacana, dá pra pensar por aí, talvez, será que não?

 
 

Einzige Eigner, bem pertinente o que voce colocou.Mas agente pode mudar os termos da questão né? E se, ao invés de sermos circuitados pelas posições da esquerda institucional, reforçarmos nossas exigências pela democracia direta, a organização autônoma …? a perspectiva de ação já muda, pois as tarefas da nossa energia será direcionada a outros fins que não o tipo de poder que negamos.

 
 

Vejam como as coisas acontecem: por conta da proposta de "greve geral” em junho, não faltam convites para a esquerda anti capitalista se envolver na mobilização , o que não deixa de ser sintomático do tipo de armadilha que isso pode configurar, OU não! Claro que para nos não se trata de restaurar o governo Dilma, nem tampouco legitimar o espetáculo enfadonho do circo eleitoral, lugar de trapaças e aves de rapina.Mas então, o que fazer? Talvez o mais urgente seja nos agruparmos para decifrar os vários mundos em que estamos metidos.

E na pratica o que isso significa? Ocuparmos as ruas de um jeito distinto, como sempre e salientado por todos aqui, aproveitando cada fissura na realidade, cada partícula de oportunidade criada. Mas também, para responder a angustia e os desejos de uma vida distinta desta, instituir territórios com aquilo que defendemos, com toda a carga de nossos sonhos e utopias, a despeito de incríveis contradições que cada um/todos carregamos diariamente.

Um comuna, um biblioteca ou grupo de estudos, uma terra (comuna) onde viver outras logicas de vida, um grupo de ação ou de canções, só não vale alimentar a inércia, pois, o Mundo do Nada cresce ao redor….

abraços, utopias e batatas doces

K

 
 

Adicionem o kuniklo aí no riot.

 
 

qual o email dele neniu, kuniklo@riseup.net? Se for esse já mandei o convite :-)

 
 

não, kuniklo é o username, ele não registrou com e-mail

 
 

Não entendi neniu, devo enviar para onde o convite?

 
 
>>>>>> Caramba, eu consegui sair do próprio grupo que criei no RIOT IM….NADIE você pode me puxar de volta? Você esta como ADMIN <<<<<<<<
 
 

RESOLVIDO o acesso ao Riot (falha humana Kkkkkkkkk)..beijos e um fim de semana cheio de rebeldias e sementes. Por aqui é temo de ingá :-)

 
 

Esta é uma resposta a um email de uma pessoa muito querida,compartilho aqui esperando que não seja mais um texto-tortura aos amigos deste espaço.

As ruas, a Greve Geral e nosostros, os muitos.

No momento em que escrevíamos esse email, aconteciam manifestações pelas Diretas Já no Rio de Janeiro, em São Paulo e outras paragens. Paracem coexistir nesses movimentos duas forças convergidas para as as ruas sob a bandeira do “Fora Temer”: De um lado o PT e uma constelação de aliados, noutro canto desse leque, outras forças de esquerda com agendas distintas, mas circuitadas em boa parte pelo mundo institucional.

Vestindo o discurso “contra o golpe”, as forças no RJ e em SP, tem em comum a bandeira das Diretas Já, com novas eleições, ou seja, estão unidas por mudanças na cena de poder, mas seguem nas disputas pelos aparatos institucionais, em boa parte os mesmos que agora são objeto de denúncias diárias. Sempre bom um memoriol, para que não nos esqueçamos que parte da esquerda que foi “apeada” do poder, detinha as mesmas ferramentas que o gerentes do plantão atual. Mas a participação nas ruas não se restringe a essas duas correntes da cena política, também inclui movimentos sociais que, no limite, necessariamente estão apenas pelas pautas institucionais assinaladas lá atras. Sendo honestos, não sabemos se um movimento social irá se desenvolver,ou não, e se poderá ser portador de projetos subversivos, que distancie energias criativas da agenda eleitoral do PT e aliados.

De novo uma nova greve geral está sendo “puxada”, a rigor pelas/com mesmas forças da que aconteuceu anteriormente.Para nós uma nova oportunidade se abre, mas para que? Buscar as ligações -mesmo que tênues-entre os muitos indivíduos e coletivos, criando em meio a esses, redes comuns, com afetos e outras formas de ligação. Aproveitar o fogo do momento, aquele instante subversivo das lutas para convidar as pessoas para conhecer as práticas e organizões autónomas, gerando novas aproximações, sementes e aprendizados.

Queremos muito o surgimento de “ingovernáveis”, o fim do isolamento de uma esquerda anticapitalista e autonoma, queremos fortalecer as rupturas e as greves, mas sabemos que não há fórmulas mágicas.Mais que tudo é preciso cair em campo, na prática da prática, Na dúvida sobre o que pode acontecer com os movimentos que estão indo para as ruas, lembramos que movimentos sociais não são sinónimos de revolução, isso não é automático e nem nunca será, mas devemos acender todos os pavios que possam explodir por outros modos de existência.

Saúde, rebeldias e milho cozido, pois junho chegou!

 
 

Sabe pra quando é essa nova greve geral?

 
 

30 de junho é o indicativo

 
 

add saci no riot.
abraco

 
 

saci, se seu email for riseup, enviei (saciperere@riseup.net) tá?

 
   

Sobre a “conjuntura nacional”: Nada a compreender, só a chorar, ou a rir” Mário Tronti