Guia de 'assembleiarismo' para feministas esquentadas

para ajudar a ter materiais para oficina de resolução de conflitos

guia de asemblearismo para feministas esquentadas
4 de abril de 2012 às 06:07
de: confabulando.org/kk2011/index.php/Main/...

reducao de danos

“rascunho rascunhíssimo: aqui pensando num roteiro de oficina de redução de danos: práticas cotidianas de violência entre nós e saídas menos danosas para todas.
perguntas detonadoras de debate / reflexão / conversa
você já sentiu medo de uma mulher?
você já provocou medo em outra mulher?
quando uma pessoa sente medo / se sente agredida / se sente intimidada por outra, em qual das duas está localizado o fator que desperta medo / o fator que fez com que uma se sentisse agredida ou intimidada? (podem ser três perguntas diferentes, cada vez com um dos termos: medo, agressão, intimidação, porque há sutilezas importantes entre eles)
você sabe demonstrar forçar?
você sabe quando alguém está demonstrando força?
quando alguém demonstra que pode usar força contra outra pessoa, é violência? é ameaça? ameaça é violência?
porque ter dúvida, se é tão óbvio? posturas corporais / atitudes / jeitos que significam agressividade / violência
dinâmica em que duas mulheres simulam formas diferentes de dizer diferentes coisas, na frente das outras mulheres que assistem e sinalizam levantando uma ou outra cor ou alguma coisa que dê intensidade (tipo algo com som), alguma coisa que cada uma das que estão assistindo possam fazer para sinalizar se houve ou não houve agressão. acho que serve para mostrar como o entendimento sobre o que é uma postura agressiva ou violenta é muito compartilhado e pouco subjetivo.
pensei em algo com apitos! uma dupla faz a performance, as que assistem cada uma têm um apito e apitam maio ou menos fraco sinalizando se na performance viram mais ou menos agressão. acho que o efeitos dos apitos pode ser bem interessante, tanto porque remente ao uso mesmo do apito como estratégia de autodefesa já usada em outros lugares (recife!!! por exemplo) tanto porque é possível gerar intensidade, apito fraquinho, apito fortão e é algo discreto então não dá pra dar aquela ‘roubadinha’ olhando pra amiga do lado pra ver se ela achou agressivo ou não.
interrupções bruscas e repetidas com a mesma palavra ou pergunta e levantando a voz: “não foi assim” “não foi assim” “não foi assim”;
desqualificar a pessoa invés de fazer oposição a um argumento ou idéia: “desde quando você sabe disso?” “você não tem noção do que tá falando” “você não sabe como foi” invés de “mas olha, na verdade foi assim assim assado…” ou “então, acho que você entendeu errado, porque foi isso isso e isso” ou ainda “eu não concordo com você, por isso por isso e por isso”
levantar a voz em geral;
estufar o peito e se aproximar bruscamente (o famoso “crescer pra cima” rerere é ridículo, mas é isso mesmo que rola!)
as frases podem ser do tipo “estou muito chateada com você”, “não gostei do que você fez”, “não concordo com o que você disse”, "não
saídas dígnas pra atitudes equivocadas: porque é tão dificil reconhecer / admitir? / se desculpar?
que danos internos e externos as agressividades geram? (por exemplo: as amigas nunca dizem o que realmente pensam para você porque têm medo)
essa lista poderia ser pensada coletivamente durante a oficina, ou então apresentada feita de antes, pensei até que seria legal fazer uma “pré-oficina” invés de “oficina”. uma oficina de construir essa oficina"


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oficina de redução de danos:

depois explico melhor, mas já coloco aqui pra não esquecer. tem a ver com: o que fazer com as merdas que a gente mesma faz? ou só nós seres incríveis, feministas maravilhosas, não fazemos merda nunca? espinhoso, mas urgente.
animo de fazer uma oficina nessa mesma linha mas pensando usos mais estratégicos e menos internamente danosos pra raiva e agressividade, mas exclusiva pra feministas agressivas/que falam alto demais/que são autoritárias (e outras críticas que eu e outras recebemos muitas vezes)
vou tentar bolar uma dinâmica aqui em redução de danos?. e quanto ao espaço exclusivo para as feministas agressivas/que falam alto/que são autoritárias, nada contra, mas acho essencial que ouçam as outras antes, pensei numa oficina primeiro todas juntas e que talvez numa parte da dinâmica em que cada uma pensasse sobre em que grupo estaria, ou sei lá também se sâo só dois grupos e se não é uma coisa mais fluida onde às vezes umas estão num lugar depois estão em outro
legal!
muitoo massa essa idéia! acho inclusive que podíamos bolar alguma coisa que explorasse quando nós temos posturas agressivas e nem percebemos ; e o que é agressividade ; porque tem muitas vezes que o lance rola entre feministasmuito próximas e de uma maneira muito sutil. podíamos propor uma situação (sei lá, algo como um “teatrinho”) e propor meios que todo mundo possa interagir no lance, parar ele pra fala alguma coisa que tenha percebido . enfim, idéias …

retirado de: www.kk2011.confabulando.org/index.php/K...

 

isso também podia ir pro fanzine sobre construção de espaços seguros ou sobre sororidade prática

 
 

eu traduziria também Usos da raiva mulheres respondem racismo, de Audre Lorde.

 
 

Bem q a gente podia fazer uma oficina de assemblearismo na enkontra… tb uma de formação sobre assemblearismo (tipo pra multiplicar as oficinas)

 
 

eu não entendi bem essa dinamica
uma dinamica pra assemblearismo é aquela do fio, onde a pessoa que for falar, agarra o fio, que vem de uma bola de fios no meio da roda, assim vai mostrando quem fala mais.

o que pensei pra essa oficina era fazer psicodrama, mostrar como foi a situação, e como a modificaria.

 
 

bacana, ótima oportunidade, estou louca pra fazer!
é bom também a gente pensar em como fazer estas dinâmicas sem causar mais intimidação né. acho que a pré oficina serve pra isso também!

 
 

gente eu vislumbrei uma dinamica pra oficina de resolução de conflitos. Tem algo pensado?

Eu pensei uma oficina sobre visibilização, autocrítica e recuperação de violências e hostilidades nos espaços feministas.

Eu pensei algo meio assim, uma oficina onde se comece explicando o propósito, que é de romper silêncio sobre violências vividas por companheiras, e de autocrítica, reflexão e compartir sobre culpa que carregamos e onde pensamos que tivemos más condutas com companheiras…

Daí minha idéia foi agarrar partes de textos como hostilidade horizontal, descarte o lado feio da sororidade, ou se quiserem essas perguntas acima no texto acima, e tipo deixar vários papeis, com esses trechos, e outras coisas que quiserem que haja, como disparadores. Cada uma agarra o que quer, e aí voluntariamente, a partir de cada vontade e iniciativa, uma lê o que agarrou, e todas comentam situações que viveram se tiverem vontade de dizer, e se quiserem dizer onde identificaram que foram violentas com uma companheira e quiserem assumir e sentir pelo ocorrido e escutar sobre possibilidades de modificar isso e de comentar por que que pensa que tende a agir dessas maneiras (‘fui autoritária’, ‘fui agressiva/costumo ser agressiva numa discussão’, ‘tendo a criticar’, ‘falo muito alto’, ‘já fiz fofocore de uma companheira’), aí juntas cada uma comentando, rompemos o silêncio né, compartilhamos a dor assim ela pode se aliviar, e pensamos soluções políticas, e ao mesmo tempo juntas podemos pensar sobre que éticas podemos formular para nossas comunidades serem espaços mais seguros e amigáveis e de possibilitação de crescimento, e tal, e de como cuidar-nos entre a gente.

Bom comentem que pensam. Mesmo q nao seja uma dinamica a ser feita na encontra, ao menos por aí em algum lado eu proporia essa oficina. Lá estaria legal porque reuniria muita gente.

 
 

Estou preparando um material mais geral sobre assemblearismo, só não sei se consigo terminar a tempo. Se conseguir, com certeza vou levar algumas cópias…

 
   

também acho que seria massa que rolasse um desabafo ou fosse espaços pra romper silencio sobre problemas que tivemos em grupas, tipo por que saímos, coisas que nos passaram, mal-entendidos, difamações, rumores, desentendimentos, problemas de integração, e sobre situações onde se falhou na resolução de conflitos, porque parece ser um dos principais problemas dos ativismos feministas! ‘Como tornar a sororidade prática?’.