Movimentos e Políticas Queer, uma embalagem nova pra um velho patriarcado.
Nesta terça, 17 de Julho de 2013 em Marseille, nós, lésbicas, tivemos que nos expôr a milícia queer que uma vez mais atacou um espaço político e cultural lésbico somente de mulheres. (Eurolesbopride em Marseille). Uma vez mais, gays nos forçaram a lutar contra nossas irmãs lésbicas, que vieram defender os interesses de homens gays e heteros.
No mundo afora, masculinistas gays e heterossexuais estão travando uma guerra sistemática contra as lésbicas que lutam contra o massacre de mulheres e por sua emancipação e autonomia. E essa agressão prova, se foi necessária, que nenhuma aliança é possível entre gays e lésbicas no patriarcado.
Esses gays mostraram, como todo grupo masculinista, que eles usam assédio, difamação, manipulação, ameaças e violência para nos traumatizar no continuum de violência masculina do qual todas nós somos sobreviventes. Eles apreciam/amam/são felizes vendo mulheres e lésbicas (que são elas mesmas sobreviventes de violência masculina) opôr suas irmãs por servirem como escudos humanos. Desta forma eles nos previnem de diretamente confrontar seus chefes políticos.
Seu alvo é – e cada ação violenta particular que eles vieram perpretando contra nós por anos nos mostram – claramente, as mulheres e lésbicas que lutam contra violência masculina. Sua luta nunca se coloca a favor mulheres e sim apenas busca consolidar seu poder, seu amor homossexual uns pelos outros e o direito masculino de dispôr de seus corpos. Para a longa lista de agressões que já estamos sofrendo (ódio facista, violência sexual de homens heterossexuais, violência racista para algumas de nós, insegurança econômica) nós temos que aguentar aqueles mandatos de homens gays, forçando-nos em heterossexualidade prostitucional e gestação.
De fato, para todas de nós que tiveram êxito em superar a heterossexualidade compulsoria, o lobby proxeneta (cafetão) e liberal nos quer devolta dentro disso em sua forma profissional. Mas heterossexualidade não é trabalho! É ainda e sempre será o sistema pelo qual mulheres como uma classe são submetidas para o prazer dos homen como uma classe em uma dialética capitalista e misoginista de escravização e destruição das mulheres.
E nós, lésbicas, somos mais legítimas que qualquer gay para falar sobre prostituição. Porque todas nós fomos forçadas em algum tipo de comportamento prostitucional, seja pelo constante assédio sexual no local de trabalho, o abismo salarial e as ameaças de desemprego, os empregadores masculinos nos estão forçando em adotar atitudes, gestos e comportamentos que diariamente alimentam o desejo e o prazer dos colegas MASCULINOS, clientes, usuários, pacientes, diretores.
A então chamada Indústria Sexual Masculina é um negócio liberal trabalhando a toda capacidade e gerando bilhões. Esse negócio nunca vai parar de fazer lucros colossais enquanto produz prazer para homens. E desde que gays 1 escolhem ser os agentes de segurança deste negócio, nós somos o inimigo a ser abatido.
Portanto, nós estamos convocando cada lésbica e feminista a ser muito atenta por adotar precauções de segurança para protegerem a si mesmas dos ataques destes homens e ameaças, de sua ilícita captura de nossas imagens e informação, e a lutar qualquer de suas estratégias de sabotagens de nossas lutas.
Nós lésbicas separatistas queremos fazer a heterossexualidade desaparecer pelo bem de nossas vidas, custe o que custar.
Não iremos recuar a quaisquer práticas de intimidação de gays e heteros masculinistas nem a qualquer de suas tentativas de forçar reassignamento social e sexual sobre nós.
Heterossexualidade não é trabalho!!
1 eu agregaria não somente gays mas todo movimento (e seus sujeitos) LGBT… (entendo que o L ali seriam as lésbicas liberais).