Por que falamos de sexismo nos espaços liberados?

Terceiro artigo do dossiê "Tijeras para todas". Porque para construir uma alternativa a este sistema, o primeiro passo é mudar a nós mesmas.

Por que falamos de sexismo nos espaços liberados?

- Porque vivemos em uma sociedade capitalista e patriarcal, baseada no império do macho sobre a mulher, e fomos educad@s com base neste valores. E porque para construir uma alternativa a este sistema, o primeiro passo é mudar a nós mesmas. Em nossa concepção da vida, as relações, a sexualidade… A dificuldade não está em teorizar sobre a mudança, senão levá-la à prática. E isso é precisamente o que mais nos custa.
- Porque apesar de que somos todos e todas as que combatemos o Capital, o facismo e o sexismo, ainda há alguns que contam mais que outros. Talvez por veterania, costume ou simples tom de voz, em determinados lugares, assembléias, jornadas… se escuta e se dá mais credibilidade à voz destes.
- Porque não apenas queremos libertar espaços, senão também mentes e atitudes. E nas festas dos centros sociais ainda há pessoas que se liberam cantando às (e nao a_os_)que estão no balcão por puro disfrute, ou pior ainda, porque acham que é assim que se flerta.
- Porque não somos as namoradas nem as companheiras de, senão que temos suficiente entidade e personalidade por nós mesmas. Mas, para nosso ambiente alternativo, embora se fale de fulano como “aquele que é muito bravo e que está em tal coletivo” se esquecem que fulana, ademais de ser sua companheira, é tão insubmissa como ele mas talvez faça menos ruído.
- Porque ainda há gente que acredita que ser forte significa ser durão ou durona. E se avergonharia de mostrar debilidade em público, ou então despreza aqueles que o fazem. E já muita repressão temos sobre nós para reprimirmos as lágrimas ou a tristeza porque há quem não as considere revolucionárias.
- Porque nós mesmas em teoria tratamos de romper com os tópicos e papéis estabelecidos de familia, casal, relações… seguimos reproduzindo em muitas ocasiões a mesma repartição de papéis, a incomunicação e a incompreensão entre homens e mulheres.
- Porque todos enchem a boca falando de sexo seguro, mas ainda é lamentavelmente certo que, em muitos casos (relações estáveis, abertas, esporádicas, trios, noites loucas e demais), esta responsabilidade básica está longe de ser compartilhada por todas e todos, e a iniciativa continuamos assumindo aquelas que podemos ficar grávidas.
- Porque embora a sociedade avance para uma maior repressão da sexualidade das crianças, nos vendem que as mulheres nos libertamos porque já podemos ser militares e agressoras em vez de agredidas, enquanto continua a desigualdade dos sexos, a homofobia e, definitivamente, a perpetuação dos papéis sexistas, enquanto seguimos sofrendo o sexismo inclusive nos espaços liberados, ainda há quem não vê o anti-sexismo como uma luta coletiva, necessária e urgente. Ou não entende por que algumas mulheres escolhemos romper com estes abrindo espaços de debate, de ação, de festas… somente para nós mesmas. Não seria porque temos mais urgência?

Este texto deseja recolher as impressões, debates e discussões que muitas de nós mantemos diariamente sobre o sexismo na nossa comunidade, e acreditamos que ele reflete muito bem nossa realidade. Não se trata de fazer críticas destrutivas, senão de romper com o que nos impôem com um pouco de auto-crítica sincera e rindo-nos de nós mesmas.

Saúde e Anti-sexismo! 1
_
Texto escrito por Las Tensas (As Tensas), coletivo feminista do centro social ocupado La Hamsa, publicado no Infousurpa, 1998._

, uma maneira de ressignificar o ‘Saúde e Anarquia!’, forma de saudação anarquista.


______________________________ _______________________

ORIGINAL:

¿Por qué hablamos de sexismo en los espacios liberados?
- Porque vivimos en una sociedad capitalista y patriarcal, basada en el imperio del macho sobre la mujer, y hemos estado educad.s en base a estos valores. Y porque para construir una alternativa a este sistema, el primer paso es cambiar nosotras mismas. En nuestra concepción de la vida, las relaciones, la sexualidad … La dificultad no está en teorizar sobre el cambio, sino en llevarlo a la práctica. Y esto es precisamente lo que más cuesta.
- Porque a pesar de que somos todos y todas las que combatimos el capital, el fascismo y el sexismo (toma ya), aunque hay algunos que cuentan más que algunas. Quizá por costumbre, veteranía o simple tono de voz, a determinados lugares, asambleas, kafetas … se escucha y se da más credibilidad a la voz de estos.
- Porque no sólo queremos liberar espacios, sino también mentes y actitudes. Y en las fiestas de los centros sociales todavía hay personal que se libera baboseando a las (no a los) de la barra por puro disfrute, o peor aún, porque cree que es así como se liga.
- Porque no somos las novias ni las compañeras de, sino que tenemos suficiente entidad y personalidad por nosotras mismas. Pero, a nuestro alternativo ambiente, aunque se habla de fulano como “aquel que es insumiso y está tal colectivo” mientras se olvida que fulana, además de ser su pareja, es tan insumisa como él pero quizás hace menos ruido.
- Porque todavía hay gente que cree que ser fuerte significa ir de duro. Y se avergüenza de mostrar debilidad en público o desprecia a ls que lo hacen. Y bastante de represión tenemos encima como para reprimirnos las lágrimas o la tristeza porque haya quien no las considera revolucionarias.
- Porque nosotr.s mismo.s en teoría tratamos de romper con los tópicos y roles establecidos de familia, pareja, relaciones … seguimos reproduciendo en ocasiones el mismo reparto de roles, la incomunicación y la incomprensión entre hombres y mujeres.
- Porque a todo.s se nos llena la boca de sexo seguro, pero aún se tristemente cierto que, en muchos casos (parejas estables, abiertas, esporádicas, tríos, noches locas y demás), esta responsabilidad básica está lejos de ser compartida por todas y todos, y la iniciativa continuamos asumiéndola las que podemos quedar preñadas.
- Porque mientras fuera la sociedad avanza hacia una mayor represión de la sexualidad de los niños, se nos vende que las mujeres nos hemos liberado porque ya podemos ser militares y agresoras en vez de agredidas, mientras continúa la desigualdad de sexos, la homofobia y, en definitiva, la perpetuación de roles sexistas, mientras seguimos sufriendo el sexismo incluso en los espacios liberados, todavía hay quien no ve el antisexismo como una lucha colectiva, necesaria y urgente. O no entiende porqué algunas mujeres escogemos romper con ello abriendo espacios de debate, de acción, de fiesta … para nosotras solas. Será porque tenemos más urgencia?
Este texto quiere recoger las impresiones, debates y discusiones que muchas de nosotras mantenemos diariamente sobre el sexismo entre la peña y creemos que refleja bastante bien nuestra realidad. No se trata de hacer críticas destructivas, sino de romper con lo que nos imponen con un poco de autocrítica sincera y riéndose de nosotr.s mism.s.
Salud y antisexismo!
Texto escrito por las Tensas, colectivo feminista del cso La Hamsa, publicado en el Infousurpa, 1998.
______________________________ ______________________________ ______________

Per què parlem de sexisme als espais alliberats?
- Perquè vivim a una societat capitalista i patriarcal, basada en l’imperi del mascle sobre la dona, i hem estat educad.s en base a aquets valors. I perquè per a construir una alternativa a aquest sistema, el primer pas es canviar nosaltres mateix.s: la nostra concepció de la vida, les relacions, la sexualitat…La dificultat no está en teoritzar sobre el canvi, sinó en portar-ho a la pràctica. I aixó és precisament el que més costa.
- Perquè malgrat que som tots i totes les que combatim el capital, el feixisme i el sexisme (toma ya), encara hi ha alguns que compten més que algunes. Potser per costum, veterania o simple to de veu, a determinats llocs, assemblees, kafetes…s’escolta i es dóna més credibilitat a la veu d’aquests.
- Perquè no només volem alliberar espais, sinó també ments i actituds. I a les festes dels centres socials encara hi ha personal que s’allibera babosejant a les (no a els) de la barra per pur disfrute, o pitjor encara, perquè creu que és així com es lliga.
- Perquè no som les novies ni les companyes de, sinó que tenim prou entitat i personalitat per nosaltres mateixes. Però, al nostre alternatiu ambient, encara es parla de fulano com “aquell que és insubmís i está a tal col.lectiu” mentre s’oblida que fulana, a més de ser la seva parella, és tan insubmissa com ell però potser fa menys soroll.
- Perquè encara hi ha gent que creu que ser fort. Significa anar de dur. I s’avergonyeix de mostrar debilitat en públic o menysprea a l.s que ho fan. I prou repressió tenim a sobre com per reprimirnos les llàgrimes o la tristessa perque hi hagi qui no les considera revolucionàries.
- Perquè nosaltres mateix.s , que en teoria tractem de trencar amb els tòpics i rols establerts de família, parella, relacions…seguim reproduint en ocasions el mateix repartiment de rols, la incomunicació i la incompreensió entre homes i dones.
- Perquè a tot.s se’ns omple la boca de sexe segur, però encara es tristament cert que, en molts casos (parelles estables, obertes, esporàdiques, trios, nits boges i demés), aquesta responsabilitat bàsica està lluny de ser compartida per totes i tots, i la iniciativa continuem assumint-la les que podem quedar prenyades.
- Perquè mentre a fora la societat avança cap a una major repressió de la sexualitat de l.s nen.s i ens vén que les dones ens hem alliberat perqué ja podem ser militars i agressores enlloc d’agredides; mentre continúa la desigualtat de sexes, l’homofòbia i, en definitiva, la perpetuació de rols sexistes; mentre seguim patint el sexisme fins i tot als espais alliberats, encara hi ha qui no veu l’antisexisme com una lluita col.lectiva, necesària i urgent. O no entén perquè algunes dones escollim trencar amb aixó obrint espais de debat, d’acció, de festa…per a nosaltres soles. Serà perquè tenim més urgència?
Aquest text vol recullir les impressions, debats i discussions que moltes de nosaltres mantenim diàriament sobre el sexisme entre la penya i creiem que reflecteix prou bé la nostra realitat. No es tracta de fer crítiques destructives, sinó de trencar amb el que ens imposen amb una mica d’autocrítica sincera i rient-nos de nosaltres mateix.s.
Salut i antisexisme!
Text escrit per LES TENSES, col.lectiu feminista del c.s.o. L’Hamsa, publicat al Infousurpa, 1998.
______________________________ __________

   

exige uma revisão e uma olhada de quem entenda catalão…