Apresentação Rede Kalunga - 10/10/2016

Reunião de apresentação – Casa Kalunga

peetsa:

  • na ultima reuniao veio pouca gente.
  • vamos nos apresentar e apresentaro projeto de novo.
  • so peetsa, trabalho junto com a rede mocambos, rede nacional e principalmente
    quilombola, mas tem comunidades indigenas, sem terra. Juntos na luta pela
    terra, comunicação.

elias:

  • agente comunitario de saude
  • moro no engenho II
  • colega do paulinho, vilmar.
  • queria estar na primeira reunião, mas estava a 200km.
  • quero aprender.

ismael

  • moro no kalunga monte alegre, não entendi nada, mas to aqui pra pegar firme.

valdim:

  • kalunga monte alegre

iiralan – do kaluga

kaluncio, vão de almas

  • segundo conselheiro da associação acaci
  • nunca vim na reunião mas vim agora participar

paulo – vão do moleque

  • presidente associacao cavalcante
  • na luta com tc, vince, pessoal da rede mocambos.
  • queremos resolver o problema de comunicação da nossa região
  • juntos

wellington

  • engenho ii
  • guia turístico

marimar:

  • engenho ii
  • gosta de computação
  • professor
  • montar redes

hélio

  • engenho ii
  • professor
  • gosta de tecnologia

saba

  • holanda
  • ficando na casa do paulinho vao do moleque

agostino

  • italiano
  • junto co saba

stefano:

  • irmão agostino
  • estamos aí para ajudar a trabalhar a questão da comunicação.
  • podemos ajudar a documentar

vince:

  • rede mocambos
  • mora em taguatinga
  • temos um espaço lá de trabalho da rede
  • valeu, licença pra chegar mais uma vez
  • começamos em março e agora estamos no ponto de fazer a primeira instalação
  • nas outras vezes vierammuito nego veio, o que é legal porque é difícil envolver
  • agora temos que começar a tomar conta com pessoas que estão afim de aprender e levar pra frente
  • fizemos uma proposta muito grande, demos passo maior que a perna quando pensamos em fazer a rede no território como um todo.
  • essa é a vontade, o desafio é grande
  • trabalhamos a questão de formação, para evoluir e não faltar gente que sabe como funciona
  • pensamos em começar com a parte menor e depois ir aumentando
  • estando próximos rola de dar uma força, ou quem passar por lá fazer uma oficina/formação
  • sou italiano mas estou no brasil há 12 anos
  • importante criar relação com outros lugares, principalmente por causa da situação política
  • temos muito que aprender com a comunidade daqui que está preservando muito mais que outros

foz:

  • aproximando

candido

  • kalunga municipio monte alegre
  • aqui pra aprender

aldo

  • municipio monte alegre
  • aqui pra aprender

renato:

  • conheci georgia, me ofereci para colaborar com o que for posivel
  • trabalho com energia solar, rede, internet via satelite
  • trabalho aqui ha 7 anos, sou de campinas – sp
  • gosto muito dos kalunga, tenho admiração muito grande por eles

peetssa:

  • que mundo pequeno
  • mocambos nao tem uma sede mas foi idelizada na casa de cultura taina em campinas
  • tc toca a casa de cultura taina ha 28 anos, movimento negro
  • esta hoje numa outra comunidade la no espirito santo
  • projeto tem um financiamento da fundacao banco do brasil
  • chama-se rota dos baobas: tem uma rede fisica, na qual as pessoas vão nas comunidades, trocam sementes, mudas, escambo.
  • tc está agora no espírito santo, o trabalho é de uma rede nacional quilombola
  • não trata só dos kalunga ou um quilombo específico
  • a ideia é trabalhar em rede porque os quilombos são povos tradicionais assim como indigenas
  • os direitos dos quilomboas estão muito cortados
  • a luta é antiga, 400 anos
  • fomos mudando de data, então TC não pode estar presente, mas estamos aqui pra representar mesmo
  • a rede funciona assim: eu não posso estar, mas o outro pode.
  • todo mundo tem compromisso, roça pra cuidar, bezerro pra vacinar
  • ainda bem que o Renato apareceu
  • não somos especialistas em torres, para raios, energia solar, antenas
  • tenho um trabalho há um tmepo com energias alternativas
  • gerador elétrico com computadores quebrados
  • tenho feito trabalhos para funai, proteção de terras isoladas,
  • trabalhos ligados a sustentabilidade
  • muito bom ter o Renato presente, todo mundo vai aprender muito.
  • desde a primeira vez não poderíamos propor nada se não tivesse os kalunga juntos
  • pensamos juntos, a culpa não é de um só, vamos errar e acertar juntos
  • bastante conversa pra fazer.

peetssa:

  • eu e tc chegamos aqui em março, chamados pela georgia, depois de uma enchente de janeiro.
  • viemos dar uma olhada no território pra conhecer, prata, santo antonio, riachão
  • viemos acompanhados do rogério
  • conforme fizemos reuniões com os kalunga, teve uma no vão do moleque bem grande, encontramos a importancia da comunicacao.
  • mesmo no dia a dia, pra dizer não vem pra cá que o rio não tá passando
  • um aviso poderia economizar 2 dias e 2 tanques de gasolina
  • mesmo como organização social, sabendo por exemplo quem vai no dia seguinte para cavalcante pode ajudar no escoamento de produção.
  • economiza combustivel, trabalha junto.
  • outra questão é comunicação com o mundo.
  • poder saber o que está acontecendo na italia ou perguntar para um quilombola da bahia como eles resolvem problema com praga, por exemplo
  • baobáxia: quilombolas, indigenas, sem terra, compartilhando o conhecimento tradicional
  • tem gente que acha que quilombola não sabe plantar, mas o cara está na terra ha 400 anos
  • conhecimento que está sendo guardado e compartilhado
  • baobaxia é um sistema como se fosse uma grande memória armazenada ao redor de todo brasil
  • pode quebrar um computador lá no maranhão que o resto da rede continua funcionando.

vince:

  • podemos falar muita coisa mas sera muita informacao
  • seria legal entender o que vocês estão sabendo dessas ações
  • vocês já tem alguma informação, alguma expectativa, alguma proposta
  • essa ação não é parte de um projeto específico, então não temos prazos
  • temos prazos pra conseguir fazer as coisas para que sejam efetivas, mas não prazos de projeto
  • podemos apontar para o que vocês estiverem afim de fazer
  • é uma rede kalunga, se vocês se apropriarem pode ser algo alem de somente um experimento.
  • avaliando o tempo que está fechado, a grana que terminou, pensamos em fazer apenas 2 pra começar.
  • temos material para quase as 4 torres, mas antes de decidir seria legal entender o que vocês estão pensando.
  • uma outra frente é da carol e tábata que são lá do mercado sul e hoje vão dar uma mão na loja kalunga.
  • elas tem uma experiencia com economia solidaria, produção.
  • estão juntando algumas mulheres principalmente da capela.
  • essa ação aqui pode estar conectada com a outra ação, será que podemos coordenar?
  • não somos os caras das antenas, essa experimentação começou aqui nos kalunga
  • temos alguma experiência tecnica, mas não espeficamente com antenas. Temos experiencia com redes de pessoas e tecnologias que sejam necessárias no momento.
  • o foco não é somente a parte técnica.
  • importante saber o que essa rede de comunicação pode fortalecer de fato.
  • exemplo: queremos ligar as escolas, ou fortalecer a produção agrícola.
  • precisamos nos organizar porque o investimento não é impossível, mas tem um custo, financeiro e físico também.
  • se cada um puder dar uma palavra, podemos saber se todos estão na mesma frequencia
  • a ação tem a proposta de fortalecer a rede quilombola, mas foi iniciada por pessoas que nem são quilombola.
  • porque achamos que a luta é importante para além dos quilombolas. tem até gente de outros lugares do mundo.
  • as relações entre as pessoas estão cada vez mais complicadas, estamos na sociedade do medo, as pessoas mais fechadas.

pergunta:

  • essa torre vai jogar em todos os lugares ou só em um orelhão qe fica num lugar só?

vince:

  • analogia: rede de irrigação. Faz um duto principal e depois tira os ramais. Pensamos em fazer as torres em cima dos morros, que não chega em todas as casas, mas de lá dá pra esticar os ramais.
  • mapeamento: abadia, depois um para entre vão de almas e diadema, outra em cima do moleque onde está o florentino, e outro no tinguizal lá em cima do tico.
  • esses 4 pontos tem uma visada em quase todo território kalunga.
  • se o objetivo fosse somente internet seria mais fácil ligar direto um ponto até o ponto que você quer internet.

georgia:

  • como é que vocês chegaram aqui?
  • se pudessem responder o que vocês esperam desses dias
  • está claro tudo isso que conversamos?
  • estão esperando o que dessa formação?

elias

  • espero aprender
  • cada um veio com objetivo
  • temos que aprender do inicio passo a passo porque se der um problema a gente mesmo tem que arrumar
  • melhor aprender a pescar do que ganhar o peixe frito na bandeja
  • o dia que o peixe acabar, onde é que vai conseguir a isca?
  • não são todos que vão estar todos os dias, mas quanto mais a gente participar mais a gente aprende

marimar:

  • já monto redes, ajudei a montar uma torre, na minha comunidade já tem internet
  • mas somos dependentes da empresa que fornece o acesso, ninguém tem a senha de acesso, etc
  • vamos ser menos dependentes, aprender mais um pouco
  • ampliar a comunicação entre as comunidades, vão de almas não tem, monte alegre não tem
  • fortalecer o vínculo entre as comunidades

elias:

  • assim ficamos sabendo o que está acontecendo lá e eles ficam sabendo o que está acontecendo cá
  • por exemplo: vai ter uma reunião, mas as pessoas não ficam sabendo
  • carta ou recado, difícil
  • as vezes fica sabendo que teve uma reunião mas já passou
  • com o meio de comunicação todos vão está sabendo o que está acontecendo

xxx:

  • as vezes até questão de doença, da minha casa até o ponto de telefone são 6 km
  • se está chovendo, etc, já fica difícil

marimar:

  • na maioria das comunidades não tem telefonia
  • na nossa tem porque cada um tem antena fora da casa

helio:

  • o sinal vai batendo nas serras, chega fraco demais
  • tabela de preço dessas empresas na cidade é um, na comunidade é 20 reais a mais.

peetssa:

  • empresa, o objetivo é ganhar dinheiro sobre o usuário, cliente
  • você vai pagar e não necessariamente vai te prestar um serviço decente.
  • em sp é a mesma coisa.
  • a grande diferença é uma rede própria.

vince:

  • importante medir esforços, porque é um investimento
  • se há uma vontade de se apropriar da tecnologia enquanto território, vale a pena
  • mas tem que pensar como investimento, não é somente pela questão econômica
  • estamos em um território grande, com muitos irmãos e irmãs, que podem se apropriar dessa tecnologia para fazer várias coisas
  • como a rede é nacional, pode ser que alguém daqui possa ajudar alguém de uma comunidade longe
  • o dinheiro não é o único parâmetro

helio:

  • importante não é um lugar só
  • o território kalunga é muito grande

renato:

  • acredito que a comunidade kalunga com muitos séculos sempre foi muito fechada porque fugiram, saíram, tentaram criar uma vida própria em comunidades que são muito isoladas.
  • acredito, sinto e vejo que existe um conhecimento muito grande
  • conversando uma vez com um pesquisador da unb, me disse: imagina que acaba energia, acaba internet acaba ecnologia. quem sobrevive? os kalunga não vai fazer diferença nenhuma.
  • porque vocês têm já tudo que vocês precisam, mas podem se interligar um ao outro.
  • tenho respeito por esse conhecimento de vocês, com uma coragem e energia que nós na cidade não temos
  • porque estamos atrelados a uma tecnologia de celular, telefonia, mobilidade, carro, etc, que nós precisamos
  • vocês não precisam, mas vão ter acesso.
  • se conectar a rede mundial pode ser muito interessante, mas vocês já tem uma rede entre vocês
  • quando se conectarem entre vocês, vai ser uma coisa maravilhosa, que vai fortalecer mais ainda outras pessoas.

peetssa:

  • tem a internet e a intranet, comunicação interna.

georgia:

  • rede mocambos não é governo, nem ong,
  • recapitulando: sim, é comunicação: rádio comunitárias
  • intercambio entre comunidades quilombolas
  • ao mesmo tempo que estamos pensando uma veia de comunicação, tem gente que vai usar somente para whatsapp,
  • mas existe um objetivo maior, conseguir outras parcerias, com pouco dinheiro, por exemplo celular.
  • seria loucura montar 4 torres antes das chuvas
  • começando pequeno, está na mão
  • não tenham vergonhas de fazer pergunta, pra entender como trabalhar juntos
  • são tantos pontos e tão novo para todo mundo
  • como monitorar e fazer a manutenção, pensar troca com o pessoal do mercado sul, npdd
  • já estamos desde março, abril, junho, julho, cada vez que começamos a conversar tem gente nova
  • essa formação é importante pra todo mundo

peetssa:

  • reforçar o que georgia falou: não podemos ter medo, tudo que sei na minha vida foi perguntando
  • só com a mão na massa vamos ver o peso de uma torre, como monta cabo de rede.

georgia:

  • só pra recapitular: qual foi a eleição, porque essa conversa é uniforme, humana?
  • escolhemos os maiores morros.
  • gastamos todo o dinheiro para comprar o equipamento.
  • lanche: não temos dinheiro pra lanche, estamos botando do bolso.

peetssa:

  • por onde fomos passando e compartilhando o conhecimento
  • no prata 2 horas investidas colocaram a internet pra funcionar
  • no vão do moleque faltava luz, testei com uma lâmpada e tomada

vince:

  • somos informais, quando acaba um projeto a gente continua lá
  • aí falta grana, como fica?
  • por uma questão ideológica, tentamos pegar o máximo de material reutilizado possível
  • sabemos que muitas comunidades quilombolas são exploradas por minério
  • conseguimos bastante material em ferro velho
  • acreditamos que é importante que as comunidades tradicionais tenham domínio dessas tecnologias.

vilmar:

  • é importante nesse momento a participação
  • outros projetos só dão o peixe, não ensinam a pescar
  • o interessante da rede mocambos é que ensina a gente a ter nossa autonomia
  • no engenho ii montamos tudo mas por causa de uma pecinha ficou 6 meses sem funcionar
  • precisamos dos meios de comunicação
  • união da comunidade, temos que abraçar a oportunidade

georgia:

  • como cada comunidade vai investir para instalar as antenas filhas
  • o pensamento é coletivo

peetssa:

  • liberdade de escolher: exemplo, precisamos de um ponto em cada escola
  • pode ser um ponto central onde todas as casas recebem, ou outra forma diferente
  • pode ser feita a cobertura da comunidade inteira

xxx

  • ano passado teve uma pessoa de sp que me falou que se juntasse todo mundo do vão de almas ele tinha possibilidade de colocar lá uma antena até 8 km.
  • só que precisava de placa solar, bateria e para raio.
  • juntei a comunidade lá mas por causa do dinheiro, 10.000 reais, o povo não quis

vince:

  • na medida que forma um grupo, barateia mais, porque faz a solução específica para aquele lugar.
  • a gente de fora não tem como fazer essa avaliação
  • mas você sabendo que precisa ligar pontos específicos, pode fazer em etapas mais baratas.
  • por isso é importante que tenha um grupo interno
  • teremos algumas frentes: parte elétrica, serralheria, computação, logística.
  • poderíamos fazer uma apresentação da proposta para esses dias de trabalho
  • ver quem pode se dedicar no que.

peetssa:

  • a importância da mobilização do território kalunga como um todo
  • exemplo: a torre de vão de almas custa 10.000 reais, pessoal no quis.
  • só o equipamento solar que compramos foi 15.000 reais, para 4 torres.