O 8 de março é Dia Internacional da Mulher. Ao contrário do que os meios de comunicação reproduzem, esta não é uma data para comemorar, e sim para lutar. Ganharmos flores e ouvirmos que somos boas mulheres por sermos boas mães, filhas e esposas não apaga as violências que sofremos diariamente, violências brutais e cotidianas, às quais não vamos nos render, às quais devemos combater. Queremos ter liberdade, ser tratadas com respeito, queremos poder fazer nossas próprias escolhas.
8 de março é dia de luta!
É dia de conscientização sobre as opressões que sofremos e de transformar as dificuldades em nossa luta!
Violência de gênero é a violência exercida contra as mulheres, uma manifestação da desigualdade e do domínio dos homens por vivermos numa cultura machista. A violência pode ser física, psicológica e sexual, causando danos permanentes ou morte. Somos consideradas mais fracas, objetificadas sexualmente, nos ditam padrões de beleza, no trabalho recebemos menores salários, somos assediadas e discriminadas quando grávidas.
As mulheres sofrem violências de estranhos e também doméstica, geralmente por seus maridos, é muito comum o estupro e a coação dentro do casamento ou namoro. A violência doméstica pode ser causada por outros membros da família ou pessoas próximas e é muito comum meninas já desde pequenas sofrerem abuso e violência dentro de casa, violência sexual ou outros tipos de maus tratos.
Muitas mulheres e meninas vivem sob escravidão sexual, são forçadas a se prostituírem ou são traficadas para exploração sexual.
Somos ensinadas desde pequenas a aguentarmos caladas muitas dessas violências. Mas queremos romper o silêncio! Procure ajuda, não fique calada! Divida o que você está passando! Saiba que você não está sozinha! O silencio apenas ajuda o agressor!
E como você pode ajudar? Se você conhece uma mulher que sofre ou sofreu violência, procure auxiliá-la, sempre tendo cuidado de deixá-la à vontade para falar. Isso é importante para que ela não se sinta acuada, pois a intenção é confortá-la e não tirar algo dela à força. Ajude-a a se fortalecer e a ter condições de reagir e se afastar da relação de violência, inclusive de denunciar seu agressor publicamente.
As mulheres sofrem discriminação, e as desigualdades se dão também no âmbito social e econômico, sendo as mulheres de classes mais baixas mais suscetíveis à dependência financeira e a exclusão social. As mulheres negras além do preconceito e discriminação por serem mulheres, sofrem com o preconceito racial, e as mulheres negras e pobres são as últimas na escala social. A mulher negra trabalha mais, recebe menor salário e têm o menor índice de escolaridade.Outra opressão muito forte que as mulheres sofrem é a falta de autonomia sobre seus corpos: pouco se fala ou ensina a elas sobre seu corpo e sua sexualidade.Embora o aborto seja uma realidade, acontece clandestinamente pois é considerado crime, sob pena de detenção. Desta forma as mulheres acabam recorrendo a formas inseguras e arriscadas de aborto. As mulheres de classes mais baixas são as mais prejudicadas e são as que mais sofrem risco de vida devido as péssimas condições de aborto e do aborto auto infligido. Mas somos nós as mulheres que somos as maiores responsáveis, quando não as únicas, pela criação das crianças.
Por todas essas razões é que o dia 8 de março é dia de luta! É dia de nos erguermos e mostrarmos nossas capacidades e vontades! Somos guerreiras e podemos juntas nos fortalecer! São muitas de nós também que conseguem fazer valer nossos direitos e ter uma vida mais digna da qual somos todas merecedoras!
Contra toda opressão!
Não nos calaremos!
Mulheres em Luta