Comportamentos e Atitudes Racistas

um texto para acontabilidade anti racista para pessoas brancas em movimentos progressistas.

Atitudes ou comportamentos que explicitam desvio ou julgamentos falhos devido a culpa, negação ou atitudes defensivas.

Descrição da Realidade e Consequências
Um esclarecimento do significado implícito e consequências de cada padrão comportamental.

Não enxergo cor
“Pessoas são só pessoas; eu não enxergo cor.” Ou “eu não vejo você como chinês”.

Descrição da Realidade e Consequência:

Afirmações como essas presumem que pessoas não-brancas são exatamente como nós, brancas, e têm os mesmos sonhos, princípios, problemas, queixas que nós temos. “Não enxergar cor” anula os valores culturais, normas, expectativas e experiências de vida de pessoas não-brancas. Mesmo se um indivíduo branco ignorasse a “cor” de uma pessoa, a sociedade não o faz. Ao dizer que não enxergamos sua “cor”, nós estamos também dizendo que não enxergamos nossa condição branca. Isso nega as experiências de racismo da pessoa não-branca e nossas experiências de privilégio. “Não enxergar cor” também pode ser uma defesa quando sentimos receio de discutir racismo, especialmente se se presume que qualquer conversa sobre raça ou “cor” é racista. Como minha amiga Rudy diz, “eu não me incomodo que você reconheça que sou negra”. Possuir consciência sobre diferenças raciais não equivale a racismo.

O Indivíduo Batalhador e a Teoria da Força de Vontade
“A América é a terra das oportunidades, construída por indivíduos batalhadores, onde qualquer pessoa com garra pode obter sucesso se ela tiver força de vontade”.

Descrição da Realidade e Consequência:

O “indivíduo batalhador” e a “teoria da força de vontade” são dois dos principais slogans da propaganda social dos EUA. Eles têm permitido que geração após geração diga “Se você obtiver sucesso, é um mérito seu, mas se você falhar, ou se você é pobre, isso é sua culpa.” A crença nessa propaganda é baseada na total negação do impacto tanto da opressão quanto do privilégio sobre a chance de qualquer pessoa de obter sucesso.

Racismo Inverso

“Pessoas não-brancas são tão racistas quanto pessoas brancas.”
“A ação afirmativa teve importância anos atrás, mas hoje em dia ela é apenas racismo inverso. Agora é discriminação de homens brancos.”
“O movimento pelos direitos civis era adequado, valioso e necessário quando começou. Mas agora chegou ao extremo. As condições sociais são igualitárias agora. O movimento pelos direitos civis não está mais batalhando por igualdade, mas sim por vingança.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Primeiramente, vamos definir racismo: Racismo = Preconceito Racial (pessoas brancas e pessoas não-brancas têm isso) + Poder Institucional Sistemático (pessoas brancas possuem isso).
Dizer que pessoas não-brancas podem ser racistas nega o desequilíbrio de poder inerente ao racismo. Certamente, pessoas não-brancas podem ter e por vezes têm preconceito contra pessoas brancas. Isso faz parte do seu condicionamento social. Uma pessoa não-branca pode agir a partir do seu preconceito e insultar, ou até ferir uma pessoa branca. Mas há uma diferença entre ser ferido e ser oprimido. Pessoas não-brancas, como classe social, não possuem o poder social institucional para oprimir a classe de pessoas brancas. Um indivíduo não-branco ao abusar de uma pessoa branca – embora isso seja claramente errado (nenhuma pessoa deveria ser insultada, ferida, etc.) –, está agindo a partir de um preconceito racial pessoal, e não racismo.
Essa forma de negação se baseia na falsa premissa de que as condições sociais são agora igualitárias. Quando se espera que as pessoas que possuem privilégio e um precedente histórico deste repentinamente (considerando-se o tempo da evolução social) compartilhem parte desse poder, isso é frequentemente taxado de discriminação.
Isso foi dito por Rush Limbaugh, que obviamente não é um anti-racista, mas esse comentário está carregado de medos das pessoas brancas em relação a pessoas não-brancas, especialmente se “elas” obtivessem controle. Implícito aqui também está a suposição de que ser pró-negro (ou qualquer outro grupo sistematicamente oprimido) é ser anti-branco. Uma acusação ilógica semelhante é feita a mulheres que lutam pelo fim da violência contra mulheres e meninas. Mulheres que trabalham pela melhoria das vidas das mulheres são frequentemente acusadas de serem anti-homens.

Coloque a Culpa na Vítima

“Nós divulgamos a vaga por todo lugar, mas simplesmente não há pessoas não-brancas qualificadas para esse trabalho.” Ou “Se ela tivesse um pouquinho mais de autoconfiança…” Ou então “Racismo internalizado é o verdadeiro problema aqui.” Ou “Ela utiliza o racismo como estratégia para tirar o foco de sua incompetência.” Ainda, “Ele fica procurando por racismo em todo lugar.” (Como se o racismo fosse algo tão oculto ou difícil de trazer à superfície que pessoas não-brancas precisassem procurar por ele.)

Descrição da Realidade e Consequência:

Todos os comportamentos de “culpar a vítima” possuem duas coisas em comum. Primeiramente, eles fogem ao problema real: o racismo. Segundo, eles removem da situação os agentes do racismo, pessoas e instituições brancas, que intencionalmente perpetuam ou se mostram coniventes com o racismo. Enquanto o foco permanecer sobre as pessoas não-brancas nós poderemos minimizar ou desconsiderar suas reações, e nunca precisaremos enfrentar diretamente o racismo e nossa própria responsabilidade ou conivência.

Inocência por Associação

“Eu não sou racista, porque eu tenho amigos vietnamitas, ou meu/minha companheir@ é negr@, eu faço doações para a Casa Latina, ou eu marchei com o Dr. King.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Esse desvio ruma à negação erroneamente equipara interações pessoais com pessoas não-brancas, independente do nível de intimidade, com anti-racismo. Ele presume que nossas associações pessoais nos livram magicamente de nosso condicionamento racista.

O Cavalheiro Branco ou @ missionári@ branc@

“Nós (pessoas brancas) sabemos exatamente onde construir seu novo centro comunitário.” Ou “Sua juventude (leia-se pessoas não-brancas) seria mais bem atendida se fosse para nosso centro de treinamento.”

Descrição da Realidade e Consequência:

É uma suposição paternalista e racista que pessoas brancas “bem intencionadas” saibam o que é melhor para pessoas não-brancas. Decisões feitas por pessoas brancas em nome de pessoas não-brancas, como se elas fossem incapazes de fazê-las por elas mesmas. Essa é outra versão do “coloque a culpa na vítima” e “@ branc@ está em seu direito”. Essa suposição transfere os problemas para as pessoas não-brancas, e admite as “soluções” das pessoas brancas como as únicas “adequadas”. Mais uma vez, o poder de auto-decisão é tomado das pessoas não-brancas. Independente das motivações, é ainda uma questão de controle branco.

A Isenção Branca

“Ele é um cara muito legal, só teve algumas experiências ruins com coreanos.” Ou “Esse é só o jeito que o tio Adolf brinca. Ele é muito educado com o zelador negro do seu prédio.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Nós ficamos presos aqui em mais uma versão de nossa reação de culpa. Nós tentamos perdoar, defender ou encobrir ações racistas de outras pessoas brancas. Nós somos particularmente suscetíveis a isso se a outra pessoa é próxima de nós, da família ou amiga, e se nós sentimos que suas ações refletem as nossas.

Eu Fui um Índio Numa Vida Passada

“Depois daquela ‘sessão espiritual’ eu realmente sei como é ser um índio. Eu encontrei meu verdadeiro caminho espiritual.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Isso é uma apropriação espiritual ou cultural e impõe uma ameaça severa à integridade e sobrevivência das culturas nativas. A fim de preencher um vazio espiritual, algumas pessoas brancas são atraídas para dentro da onda New Age para escolher entre uma variedade de pacotes espirituais nativos usualmente postos à venda. Uma vez que a prática espiritual de nativos é inseparável de sua história e comunidade atual, ela não pode ser isolada desse contexto para servir a pessoas brancas em busca do sentido da vida. A apropriação de partes determinadas das culturas nativas romantiza as vidas de nativos, ao mesmo tempo que invisibiliza suas lutas. Suas terras e sustento tomados, pessoas indígenas agora presenciam pessoas brancas tentando roubar sua espiritualidade. Ao invés de nos livrar do nosso racismo branco e encontrar um caminho espiritual, nós nos mostramos coniventes de mais uma forma com os ataques genocidas às culturas nativas.

O Isolacionista

“Eu pensei que nós tínhamos resolvido essa questão (racismo) quando ela surgiu em pauta ano passado.” Ou “Nós precisamos lidar com esse incidente específico. Não complique ressuscitando incidências irrelevantes do passado.” Ou “Isso só está acontecendo hoje porque o noticiário de ontem à noite mostrou a polícia espancando um jovem negro.”

Descrição da Realidade e Consequência:

São feitas tentativas de isolar um determinado incidente de racismo de um contexto mais amplo. Nós culpamos um incidente de racismo ocorrido fora de nossa organização e divulgado pela mídia a fim de racionalizar um incidente interno e evitar enfrentar a realidade do racismo em nossa sociedade. Quando tentamos solucionar uma acusação de racismo dentro de uma instituição, frequentemente vemos o incidente como se estivesse no vácuo, ou como uma aberração, isolado do padrão histórico de racismo. O racismo é tão institucionalizado ao ponto que cada “incidente” é mais um sintoma do padrão. Se nós continuarmos a pensar incidente por incidente, crise por crise, como se eles não estivessem interligados, a resolução genuína estará cada vez mais distante de nosso alcance.

Desdobrar-se Para Concordar

“Claro, eu concordo com você.” (Dito a uma pessoa não-branca até mesmo quando discordo.) Ou “Eu tenho de ficar do lado da Betty nisso.” (Betty sendo uma mulher não-branca.)

Descrição da Realidade e Consequência:

Nossa culpa branca se manifesta quando condescendemos a pessoas não-brancas. Não as criticamos, discordamos, contestamos ou questionamos como faríamos com pessoas brancas. E mesmo quando discordamos, não o fazemos com a mesma convicção que demonstraríamos com uma pessoa branca. Nosso racismo é demonstrado na forma de um padrão diferente de tratamento para com pessoas não-brancas. Se este é nosso padrão, então nunca poderemos ter um relacionamento genuíno com uma pessoa não-branca. Pessoas não-brancas percebem quando estamos nos comportando assim. Nossa sinceridade, compromisso e coragem serão questionados com razão. Nós não podemos alcançar um nível mais profundo de confiança e intimidade com pessoas não-brancas que tratamos dessa forma.

Mas E Eu?

“Mas e eu? Está vendo como eu fui ferid@, oprimid@, explorad@…?”

Descrição da Realidade e Consequência:

Isso diminui a experiência de pessoas não-brancas através da apresentação de nossa própria história de dificuldade. Perde-se uma oportunidade de aprender mais sobre a experiência de racismo de uma pessoa não-branca, ao mesmo tempo que minimiza-se a sua experiência ao tentar torná-la comparável ou menos dolorosa que a nossa.

Ensine-me, Por Favor

“Eu quero parar de me comportar como um racista, então por favor me avise quando eu fizer alguma coisa que você considera racista.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Pessoas brancas com frequência presumem que somente podemos aprender sobre o racismo com pessoas não-brancas. Nós também presumimos que pessoas não-brancas possuem energia e/ou o desejo de nos ensinar. O meu entendimento é o de que a maioria das pessoas não-brancas está cansada de educar pessoas brancas sobre racismo. Nós ficaremos empacad@s. Nós ficaremos frustrad@s e impacientes com nós mesm@s e outras pessoas brancas nessa jornada. E permaneceremos empacados se não buscarmos ajuda de outr@s anti-racistas branc@s. Nossa tendência tem sido a de pedir para pessoas não-brancas nos ajudarem. Nós deveríamos buscar outras pessoas brancas ANTES de procurar pessoas não-brancas. Talvez, à medida que nos tornamos aliados confiáveis, nós construiremos relações genuínas com algumas pessoas não-brancas que nos oferecerem suas reflexões quando ficarmos empacados. Isso fica a seu critério, não nosso. Nós não podemos presumir que pessoas não-brancas deveriam se sentir tão gratas por nossas tentativas de posicionamento anti-racista, que elas estarão dispostas a nos guiar no momento em que estivermos prontes para sermos guiad@s.

Branco Sobre Outro Branco, E Com Tom Moralista

“O que há de errado com aquelas pessoas brancas? Elas não conseguem enxergar o quanto racistas estão sendo?” Ou “Eu não suporto ficar perto de pessoas brancas que são tão racistas.” E estão chovendo no molhado: “Vocês estão perdendo seu tempo conosco, nós não somos as pessoas que precisam desse treinamento.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Nós nos distanciamos de “outras” pessoas brancas. Vemos apenas os intolerantes confirmados, supremacistas brancos declarados e pessoas brancas fora de nosso círculo social como “verdadeiros racistas”. Nós rebaixamos outras pessoas brancas, criticamos seu trabalho ou comportamento, ou então os repudiamos. Nós honradamente nos consideramos pessoas brancas que evoluíram para além de nosso condicionamento racista. Esse é outro nível de negação. Não há “pessoas brancas excepcionais”. Nós podemos ter participado de muitos workshops anti-racismo; podemos não estar gritando xingamentos racistas ou discriminando pessoas não-brancas ativamente, mas nós ainda vivenciamos privilégio baseado em nossa cor de pele. Nós nos beneficiamos desse sistema de opressão e vantagem, independente de quais sejam nossas intenções. Esse distanciamento serve apenas para nos separar de aliados em potencial e limitar nosso próprio aprendizado.

O “Certificado de Inocência”

Às vezes nós buscamos ou esperamos de pessoas não-brancas algum reconhecimento público ou privado e apreciação de nosso anti-racismo. Outras vezes nós procuramos por um “certificado de inocência” que nos diga que estamos entre as pessoas brancas “boas”.

Descrição da Realidade e Consequência:

Se nosso comprometimento como aliados depende do reforço positivo de pessoas não-brancas, estamos fadados ao fracasso. A primeira vez que uma pessoa não-branca estiver descontente com nossas ações, nós poderíamos responder, “Bom, se as pessoas para quem eu estou fazendo tudo isso não querem minha ajuda, então por que me dar ao trabalho? Eu desisto.” Claramente, estamos contestando o racismo por “el@s”, não por nós. Nós não estabelecemos nosso interesse próprio, como pessoas brancas, em lutar contra o racismo. Até que o façamos, não poderemos continuar nessa jornada de vida.

Estratégias Para Disfarce

Nós utilizamos a linguagem politicamente correta vigente; ouvimos as músicas certas; afirmamos o discurso liberal; somos vistos nas reuniões certas com as pessoas certas. Nós até mesmo interrompemos comentários racistas quando as pessoas certas estão observando e quando não há risco para nós. Nós parecemos anti-racistas.

Descrição da Realidade e Consequência:

Isso é a “Avon Chama”, a abordagem cosmética. Pessoas não-brancas e anti-racistas branc@s veem através desse disfarce rapidamente. Essa postura pseudo-anti-racista serve somente para se estar em conivência com o racismo e enfraquece a credibilidade de anti-racistas sinceros.

O Contador

Nós mantemos uma planilha. Se nós praticamos algum “ato anti-racista”, esperamos reciprocidade da parte de um indivíduo ou grupo não-branco, geralmente com algum prestígio ou poder que serve aos nossos interesses.

Descrição da Realidade e Consequência:

“Eu te ajudo e você me ajuda” NÃO é uma busca pela justiça ou comportamento aliado. Isso somente reduz o trabalho pela justiça a algum tipo de transação comercial de poder.

Silêncio

Nós nos mantemos em silêncio.

Descrição da Realidade e Consequência:

Nosso silêncio pode ser produto de nossa culpa ou medo de deixar pessoas não-brancas ou brancas com raiva ou decepcionadas conosco. Nós podemos nos silenciar porque nossa culpa nos impede de discordar de pessoas não-brancas. Nós podemos temer que um pronunciamento poderia resultar na perda de parte do nosso privilégio. Nós podemos nos silenciar por medo de violência. As razões do nosso silêncio podem ser muitas, mas a cada vez perdemos uma oportunidade de interromper racismo, ou de sermos aliados ou interagir genuinamente com pessoas não-brancas ou outras pessoas brancas. E nenhuma ação anti-racista será tomada enquanto estivermos em silêncio. (Um comentário sobre silêncio: Silêncio é uma questão/assunto complicado. Há situações quando deparada com uma situação de intervenção potencial em que eu posso escolher não interromper – por razões de bom senso ou estratégia. Anti-racistas precisam de coragem, mas riscos absurdos não fazem sentido. Quando a escolha está entre intervir nesse momento, sozinha, ou juntar aliad@s para nos pronunciar posteriormente de uma maneira mais estratégica, a segunda opção pode se mostrar mais eficiente.)

Exaustão e Desespero – Que Soe o Toque de Recolher

“Estou exast@. Sou apenas uma pessoa. Eu posso parar e descansar um pouco. Ou “O racismo é tão difundido e intrincado, simplesmente não há esperança.”

Descrição da Realidade e Consequência:

Desespero é um verdadeiro inimigo dos anti-racistas. Para que nosso comprometimento seja duradouro, devemos encontrar maneiras de atenuar os efeitos. Cansaço ou abandono não ajudam a batalha. Nós podemos nos lembrar de homens que se uniram ao movimento “Reclamem a Noite”, lutando contra a violência contra mulheres – por certo tempo. Até que a atenção direcionada a eles como “homens bons” diminuiu. Até que o “glamour” da questão sumiu. Um dos fracassos históricos e frequentes dos “liberais” em movimentos por justiça social tem sido o comprometimento inconsistente e de curta duração dedicado à “questão do momento”. Se desistirmos, por qualquer razão, nós reverteremos à nossa “opção padrão”. Como pessoas brancas, nós podemos nos afastar da frustração e desespero do trabalho anti-racismo. Tal retirada não resultará em consequências significativas para nós. O racismo não permite essa “folga” para pessoas não-brancas. Um dos privilégios essenciais de ser branco é a nossa liberdade para nos afastar da questão do racismo. Se as coisas ficarem difíceis demais, nós sempre podemos dar um tempo. E nossa luta contra o racismo não se concretiza.

A Jornada Continua

Uma vez identificados, comportamentos como esses acima são passíveis de mudança. Os padrões são repetidos com menor frequência. Nós nos reeducamos e recondicionamos para evitar comportamentos racistas e para adotar ações anti-racistas mais eficientes. Pessoas não-brancas continuarão a exigir seus direitos, oportunidades e identidade plena. Mas o racismo na América não desaparecerá porque pessoas não-brancas o reivindicam. O racismo somente acabará quando um número significativo de pessoas brancas conscientes, as pessoas que podem manejar o privilégio sistemático e o poder com integridade, encontrem a determinação e tomem a iniciativa de demoli-los. Isso não acontecerá até que pessoas brancas percebam o racismo em nossa consciência diária com a mesma frequência que pessoas não-brancas. Por ora, nós temos que arrastar o racismo para dentro de nossa consciência de forma intencional, pois ao contrário de nossas irmãs e irmãos não-branc@s, a mais onipresente manifestação diária de nosso privilégio branco é a possibilidade de esquecer o racismo. Nós não podemos. O racismo continua em nome de todas as pessoas brancas. Enquanto que não há nada para celebrar sobre o racismo, há muito para celebrar em uma vida vivida na busca pela justiça.

 

Poxa, seria mto legal se viesse seguido de algumas “dicas” ou “por onde podemos começar” a superar o racismo. Como um artigo do Cris Crass que termina com "algumas dicas para caras brancos que querem romper com o machismo".

 
 

nao pude entrar nessa biblioteca da geni. eu curti esse texto porque achei justamente que ele dá dicas do que fazer.Mas podemos traduzir uns allies checklists, nesta grupa tem uns we.riseup.net/roar/allies

 
   

só tirei uns [] que geravam links no meio do texto e coloquei parêntesis.