“Leitura importante para os interessados nos estudos de gênero, toma como ponto de partida a medicina para discutir a dificuldade de se estabelecer diferenças sexuais. Evidencia-se a maneira com que os discursos médicos lidam com a diferença sexual, mas, ao mesmo tempo, admitem outros fatores, como raça, sexualidade, classe social e influência cultural. A autora utiliza um episódio médico-policial dos arquivos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro que contém acusações de desvirtuamento da conduta feminina e prática de aborto para ressaltar o comportamento feminino esperado pela classe médica e pela sociedade. Este livro mostra o caminho trilhado pela classe médica para criar padrões de comportamento que distinguissem os gêneros, além de acompanhar o surgimento da especialidade médica voltada para o gênero feminino: a ginecologia.”