Ground Moviment: The Gear

Movimento no chão: a engrenagem https://www.youtube.com/watch?v=X_AgZlUgONI
 

Cara, nunca vi esse troço de vídeo do riseup funcionar!!
Que será que a gente faz de errado?

Enfim, a pira do vídeo é que o cara vai tentar explicar mecânica do movimento (cinesiologia), anatomia, com exemplos, etc. para dar autonomia pra galera inventar seus próprios movimentos no chão ou entender os que já sabe.

Vou terminar de ver e tentar resumir as ideias num próximo comentário.

 
 

Excelente, ch�y! T� na lista para ver

Mas com “movimentos no ch�o” voc� t� se referindo a que? Acrobacia de solo, chaves tipo Jiu-Jitsu…?

 
 

ainda não terminei, mas a primeira coisa que me veio na cabeça foi rastejar, hahah

 
 

A teoria do cara parte de um princípio bizarro do mecanicismo renascentista: o corpo é uma máquina. Aqui, somos ainda mais reduzidos, chegando a virar uma engrenagem! haha

Então se é uma máquina, tem movimento. Se é uma engrenagem, você pode transmitir movimento ou força. Isso acontece sempre em relação a alguma outra coisa (apenas uma engrenagem não faz nada). E sendo também uma máquina, cada parte do corpo, principalmente as juntas, tudo é feito de engrenagens.

A consequência mais importante aqui é que se a coisa tá nos termos de máquinas e tal, o valor supremo é a eficiência do movimento. (eu sempre coloco muito um pé atrás quando se trata de trazer a eficiência como a coisa mais importante do mundo… cuidado. Será que com respeito a movimento corporal, técnica corporal, rolamento, flic-flac, salto, auto-defesa, etc., a eficiência é realmente a qualidade suprema? Parece…)

Aí rola um aquecimento bem analítico, isolando cada parte do corpo, mas que tem uns movimentos interessantes (como aquela levantada lateral de quadril da dança do ventre!)

Em seguida, o cara divide cada membro em três pontos/articulações, e cada “articulação” em três faces (como dentes de uma engrenagem). Tudo vira três, para poder encaixar com a metodologia dele. E é sempre uma contagem também, o que indica e direciona o movimento. Por exemplo, você pode olhar para a mão e numerar: 1-palma, 2-lado, 3-costas da mão. Como nosso corpo é todo cilíncrico (braços, pernas, cabeça, tronco, dedo, etc.), então fica fácil de ver como a gente (ou cada parte, ou cada parte junto com outra) roda, indo de 1 pra 3. Sempre dá para numerar no sentido contrário, e não apenas ao redor de uma articulação, mas indo do 1 da mão, para o 2 do cotovelo, para o 3 do ombro. Aqui ele mostra isso.

(é incrível como ele tem um chão de cimento tão limpo, haha)

O importante na criação de movimentos (pra teoria do cara) é a contagem. E todo ponto três (fim) se converte num ponto 1 (início). Ou seja, você começa a rolar pra trás e no meio pode mudar para o lado, e depois rolar sobre as pernas, etc. Ele quer que cada umx seja capaz de criar seus próprios movimentos no chão.

Lá pela 1h, o vídeo mostra como combinar as engrenagens para gerar mais torque (ou força de giro). E o cara ainda ensina como girar no chão com uma pistola!!! Que mundo.

Aí acaba. Várias vezes eu pensei em como essa teoria e as coisas que eram mostradas tinham a maior cara de dança contemporânea. Tem um vídeo de jiu-jistu com um exercício igualzinho (1:42 daqui). Mas o sujeito insistia em rolar com uma arma.

Vou ter que ir atrás de um vídeo com a perspectiva da dança.

 
 

Acredito que entendi! Deu uma imensa vontade de partir pra estudar isso tamb�m, mas t� toda atolada com um monte de coisas nesses dias, ent�o fica mais pra frente.

Mas realmente acredito que a pegada � essa que voc� aponta, ch�y, de entender as coisas no m�nimo de uma perspectiva multidisciplinar. Como infelizmente vivemos em uma sociedade carente de teoriza��o verdadeira, espont�nea e interessada, as coisas acabam se voltando para a execu��o e ganho – na execu��o das artes marcias de hoje o que importa � vencer, enquanto que nas das dan�as h� a preocupa��o est�tica. E, posso estar burramente equivocada, mas acredito que nossos movimentos so s�o bonitos quando “trabalham a favor” do nosso corpo – assim, buscar explica��es na dan�a � um excelente caminho.

 
 

Com relação à coisa da eficiência, acho que eu concordo em colocá-la como o maior valor quando a gente olha um movimento isolado. Se tu queres dar um mortal para frente, então é bom que não gastes energia forçando o que não precisa, nem mexendo onde não ajuda. Mas o mortal, no conjunto de algo maior, vai se combinando geralmente de maneira estética.

É a coisa de olhar tudo de forma analítica (separar em partes) e esquecer de juntar depois.

 
   

Pode at� ser, ch�y, mas vale lembrar que mesmo a efici�ncia � algo relacional; ou seja, efici�ncia maior do que, em rela��o ao que? Por exemplo, est� mais do que provado que a bicicleta � o ve�culo de maior efici�ncia energ�tica (move-se mais no espa�o por unidade de energia gasta); no entanto, muitas vezes para mim � mais eficiente usar o skate, por me oferecer possibilidades que n�o tenho de bike. Ou seja, concordo com voc� de uma forma geral, mas sempre vale a pena dar mais uma problematizada =D

Da mesma forma, cuidadinho ao relacionar o olhar anal�tico ao m�todo cartesiano de separar as coisas; n�o � suficiente ter o cuidado de separar e juntar depois, tem coisas que simplesmente n�o d� pra entender dentro dessa “perspectiva do rel�gio”. O surgimento da f�sica qu�ntica est� a� para mostrar claramente isso ou, como diz a personagem do filme “Ponto de Muta��o” (j� viu?), “Se voc� separar uma �rvore em caule, raiz e folhas, estudar cada fragmento, ainda n�o ser� capaz de entender porque de todos aqueles frutos, de todas aquelas sementes, apenas uma ou duas viram �rvores. S� inserindo-a no contexto maior da floresta � que isso pode ser entendido”.

Dei uma olhada na parte espec�fica do rolamento que voc� disse, comparando com aquele exerc�cio de Jiu-Jitsu. Por mil carambolas flamejantes, achei muito for�ado essa coisa de 1-2-3 do carinha! D� pra perceber claramente que ele se perde nesa conta em alguns momentos, � bem o que voc� falou mesmo, ele bolou um esquema e est� tentando encaixar tudo nele. No entanto, por mais que eu n�o goste da analogia com m�quinas e engrenagens, a ideia de transfer�ncia de energia sin�tica atrav�s da rota��o total do corpo � muito boa, � o mesmo princ�pio de amortecimento de quedas do parkour.