Manual da Arquitetura Descalça

Dezenas de soluções para construção alternativa

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PRÓLOGO DESTA VERSÃO:
Quando começamos a preparar esta edição, percebemos que várias das figuras originais apresentavam um viés claramente sexista. Nas cenas em que apareciam pessoas, a maioria absoluta era composta por homens. Eles apareciam, grande parte das vezes, construindo coisas e realizando trabalho braçal, mas também apareciam planejando, organizando ferramentas, fazendo medições e interagindo e colaborando com outros homens. As mulheres, porém, raramente eram representadas fora de casa e sempre estavam sozinhas ou na companhia de crianças. Os trabalhos que executavam – lavar, cozinhar, cuidar de crianças – não correspondiam a uma representação gráfica das atividades que o livro propunha, como no caso dos homens, mas funcionavam meramente como composição do ambiente que se pretendia ilustrar. Em outras palavras, as mulheres de Van Lengen não servem para mais que uma figura de cena, utilizadas como objetos componentes do conceito de “cozinha” ou “família”. Diante disso, resolvemos adaptar e redesenhar parte dessas figuras, a fim de desfazer o viés sexista aqui apresentado. Algumas vezes isso significou simplesmente inverter os papéis tradicionais de mulher/homem, enquanto que, em outras, tentamos confundir a representação – e posterior identificação – binária de gênero. Por mais que no assunto que esse livro trata, tanto antes quanto depois das modificações, não haja enfoque especial na discussão de gênero, entendemos que essa questão está presente em todos os âmbitos da vida humana, devendo, portanto, ser percebida e abordada em todos eles.